Casos de pessoas que sofreram picadas sem notar o exato momento em que foram atacadas por pequenos animais ou insetos são mais frequentes do que se pensa — e não se restringem ao imaginário popular. No Brasil, incidentes com aranhas perigosas representam um risco real e muitas vezes passam despercebidos até que os efeitos comecem a aparecer, o que pode levar horas.
Sinais sutis, como uma leve irritação na pele, ardência ou pequena área avermelhada, podem indicar o início de um processo de envenenamento que tende a evoluir. O alerta deve soar quando os sintomas persistem, mesmo após o uso de remédios básicos.
Quando há aumento da dor, surgimento de edemas ou reações como enjoo, vômitos e sensação de mal-estar, a orientação é buscar auxílio médico imediato. De acordo com especialistas, qualquer alteração na pele que não melhore com o tempo e os cuidados convencionais precisa ser analisada por um profissional.
Aranhas venenosas do Brasil
No Brasil, três gêneros de aranhas se destacam pelo risco que representam à saúde humana devido ao potencial de causar acidentes graves. São elas: a armadeira, a aranha-marrom e a viúva-negra. A seguir, veja as principais características de cada espécie:
- Aranha-armadeira (Phoneutria): Picada provoca dor imediata e intensa. Pode causar sudorese, náuseas e vômitos, especialmente em crianças. É considerada agressiva e tende a atacar quando se sente ameaçada. Possui grande porte, com envergadura que pode chegar a 15 cm.
- Aranha-marrom (Loxosceles): Picada geralmente passa despercebida nas primeiras horas. Os sintomas evoluem de forma lenta, com dor progressiva. Pode causar necrose no local da picada e, em casos graves, síndrome hemolítica. Costuma se esconder em roupas, móveis e lençóis. Seu veneno pode provocar palidez, pele amarelada e urina escura.
- Viúva-negra (Latrodectus): A picada provoca ardência e sensação de queimação local. Pode causar contraturas e dores musculares irradiadas para o abdômen e costas. Os acidentes com essa espécie são menos frequentes, mas demandam cuidado.
Se for viável reconhecer e recolher o animal que causou a picada, levá-lo ao hospital em um recipiente adequado pode auxiliar no diagnóstico. Porém, mesmo sem o exemplar, os sintomas apresentados geralmente já fornecem informações suficientes para que os profissionais de saúde iniciem o tratamento corretamente.