Impulsionado pela pandemia, o trabalho remoto passou por uma ampla adoção nos últimos anos, mas atualmente enfrenta uma retração com o fortalecimento das exigências de retorno ao ambiente corporativo. Ainda que o modelo híbrido tenha se estabelecido em muitas empresas, observa-se uma tendência crescente de revalorização da presença física no escritório.
Essa mudança de cenário impacta diretamente o bolso dos trabalhadores. Segundo o National Bureau of Economic Research (NBER), há uma disposição significativa entre os profissionais em abrir mão de até 25% do salário para continuar atuando remotamente.
A consultoria Robert Walters também identificou que 47% dos entrevistados relatam um aumento nos gastos mensais, entre 100 e 200 euros (aproximadamente R$ 600), devido ao retorno ao presencial — custos associados a deslocamento, refeições e vestuário profissional.
Homes office
Embora o home office ofereça diversas vantagens, ainda persiste uma percepção de que ele pode afetar negativamente a visibilidade profissional. Cerca de 46% dos entrevistados acreditam que atuar fora do escritório pode limitar as oportunidades de crescimento na carreira.
No entanto, os benefícios associados ao home office continuam sendo altamente valorizados, como a economia de tempo com deslocamentos, a redução de despesas diárias e a possibilidade de equilibrar melhor a vida pessoal e profissional.
Tendência do mercado
O relatório “Teletrabalho 2025”, da consultoria Robert Walters, mostra que 67% dos profissionais que ainda trabalham remotamente o fazem por, no máximo, dois dias por semana. Apenas 13% das empresas permitem o trabalho totalmente remoto.
A maior parte das companhias opera com modelos híbridos mais restritivos: 36% oferecem apenas um dia remoto por semana, enquanto 31% autorizam dois. Apesar dessas limitações, a flexibilidade continua sendo um fator decisivo para os trabalhadores.
Segundo o levantamento, 79% considerariam mudar de emprego caso suas empresas eliminassem ou reduzissem as possibilidades de trabalho remoto. Paralelamente, as organizações enfrentam desafios na gestão à distância, como a dificuldade de acompanhar a produtividade e manter os times engajados. Mesmo assim, a demanda por ambientes de trabalho mais flexíveis permanece relevante e deve continuar influenciando os rumos do mercado nos próximos anos.