A epilepsia é uma condição neurológica frequente, caracterizada por descargas elétricas irregulares no cérebro. Essas crises podem ser causadas por diversos fatores, como tumores, lesões cerebrais, predisposição genética e traumas.
Estima-se que cerca de 65 milhões de pessoas no mundo convivam com a doença, segundo a Liga Brasileira de Epilepsia (LBE). Mudanças bruscas de temperatura, consumo de álcool, drogas e febre são fatores que podem desencadear episódios, comprometendo a qualidade de vida dos afetados.
Conhecimento sobre a doença
A neurologista Taissa Ferrari Marinho, secretária-geral da LBE, enfatiza a necessidade de mais ações educativas sobre a doença, além de políticas públicas que ofereçam apoio aos pacientes. Em parceria com a Associação Brasileira de Epilepsia, a LBE criou o Protocolo CALMA, que fornece orientações para o atendimento em casos de crise convulsiva.
Durante uma crise, é fundamental manter a calma e tomar precauções para evitar lesões, como proteger a cabeça da pessoa e afastar objetos que possam ser perigosos. Nunca se deve tentar restringir os movimentos do indivíduo. Se a crise durar mais de cinco minutos ou ocorrerem várias crises consecutivas, é crucial buscar ajuda médica, entrando em contato com o SAMU (192).
Diagnóstico e tratamento
Anualmente, a campanha Março Roxo é realizada com o objetivo de promover a conscientização sobre a doença. O diagnóstico é geralmente feito por meio de exame físico e análise do histórico do paciente, sendo essencial registrar detalhes das crises, como duração e possíveis gatilhos, para garantir um diagnóstico preciso.
Em todo o Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) proporciona tratamento completo e gratuito para a epilepsia, incluindo acompanhamento médico e medicamentos para controlar as crises. Nos casos mais graves, intervenções cirúrgicas podem ser necessárias. Atualmente, o país conta com 29 centros especializados que oferecem atendimento de alta complexidade para pacientes com epilepsia. Esse cuidado envolve uma abordagem multidisciplinar, com o auxílio de neurologistas, psicólogos e terapeutas ocupacionais. No entanto, no início do tratamento, é comum que os pacientes enfrentem efeitos colaterais dos medicamentos, o que pode tornar o processo mais difícil.