Nos últimos dias, o real brasileiro apareceu entre as três moedas que mais perderam valor frente ao dólar desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um pacote agressivo de tarifas sobre produtos importados.
A medida, apelidada de “tarifaço”, foi detalhada por Trump em seu segundo mandato e desencadeou um novo capítulo da guerra comercial global.
Os impactos foram sentidos de imediato nos mercados internacionais, com reflexos diretos sobre moedas de países emergentes e de economias mais frágeis.
Além do real, o peso colombiano e o dinar líbio também registraram forte desvalorização.
3ª moeda que mais perdeu valor desde o tarifaço foi o Real
De acordo com um levantamento feito pela agência Austin Rating, com base em dados do Banco Central do Brasil, a moeda brasileira sofreu uma desvalorização acumulada de 5,10% desde o anúncio das tarifas.
Isso colocou o real na terceira posição entre as moedas que mais perderam força frente à divisa norte-americana no período recente. O dinar da Líbia liderou o ranking, com uma queda de 13,2%, seguido pelo peso da Colômbia, que recuou 5,8%.
O aumento da pressão sobre o real coincidiu com o movimento de alta do dólar, que chegou a se aproximar dos R$ 6 nas negociações comerciais.
A cotação de referência Ptax, utilizada como base para contratos e transações, chegou a R$ 5,9362, sinalizando o peso da incerteza no mercado cambial brasileiro.
A maioria das moedas globais sofreu alguma perda, com destaque para aquelas pertencentes a países com economias dependentes do comércio exterior ou com baixa capacidade de absorver choques externos.
Guerra comercial de Trump desvaloriza moedas em todo o mundo
Por trás dessa movimentação cambial que desvalorizou moedas em todo o mundo está a nova ofensiva comercial dos Estados Unidos.
A Casa Branca, sob comando de Trump, adotou tarifas contra mais de 180 países e regiões, provocando forte reação da China, que respondeu com sobretaxas de 34% sobre produtos americanos.
Em seguida, os EUA elevaram ainda mais suas tarifas, atingindo uma alíquota total de 104% sobre mercadorias chinesas.
Essa escalada nas tensões acirrou o temor de uma recessão global. Investidores, buscando proteção, migraram para ativos considerados seguros, como o dólar e os títulos do Tesouro dos EUA.
O resultado foi a fuga de capitais de mercados emergentes, queda nas bolsas mundiais e pressão crescente sobre moedas como o real. Economias menos robustas têm sido especialmente penalizadas nesse novo cenário de instabilidade e protecionismo.