A Lua de Sangue é um dos fenômenos astronômicos mais fascinantes e enigmáticos, atraindo olhares curiosos de todo o mundo. Esse evento raro ocorre durante um eclipse lunar total, quando a Lua assume uma cor avermelhada ou alaranjada intensa, tornando-se um espetáculo digno de ser observado.
Durante um eclipse lunar total, a Terra se posiciona entre o Sol e a Lua, bloqueando a luz solar direta que normalmente ilumina o satélite natural da Terra. No entanto, a luz solar que passa pela atmosfera da Terra sofre um processo chamado refração.
Esse fenômeno curvado faz com que as cores de comprimento de onda mais curto, como os tons de azul e verde, sejam dispersas e filtradas, permitindo que apenas as cores vermelhas e alaranjadas atinjam a superfície lunar.
Esse efeito é o mesmo que vemos durante o nascer ou o pôr do Sol, quando o céu adquire tonalidades quentes de vermelho e laranja devido à dispersão da luz. A intensidade do vermelho pode variar dependendo das condições atmosféricas da Terra no momento do eclipse, como a presença de poeira, fumaça ou até partículas de vulcões, que intensificam o tom da cor. Portanto, cada Lua de Sangue pode ser única em sua intensidade e brilho.
É importante destacar que a Lua de Sangue ocorre apenas durante um eclipse lunar total, o qual pode ser observado em qualquer lugar do mundo onde a Lua esteja visível durante o evento. Em média, a Terra experimenta de dois a quatro eclipses lunares por ano, mas os totais, que causam a Lua de Sangue, acontecem com uma frequência de aproximadamente uma vez a cada 1,5 anos.
Por que o nome “Lua de Sangue”?
O nome “Lua de Sangue” é envolto em um certo mistério e não possui base científica, embora seja bastante popular. Ele ganhou notoriedade principalmente em livros, filmes e programas de televisão, que associaram o fenômeno a eventos místicos ou até proféticos.
Embora muitas pessoas vejam o evento como algo com conotações espirituais, a comunidade científica garante que a coloração vermelha da Lua é simplesmente um efeito natural e previsível da física atmosférica, sem qualquer ligação com o sobrenatural.
A expressão “Lua de Sangue” foi reforçada especialmente no século 20, quando o fenômeno passou a ser descrito em contextos mais esotéricos, e seu nome acabou se popularizando. Contudo, astrônomos e cientistas enfatizam que esse é apenas um fenômeno natural e fascinante, sem qualquer implicação mística ou religiosa.
A lua de sangue é um fenômeno antigo
Apesar de ser um espetáculo impressionante para nós hoje, a Lua de Sangue não é um evento recente. Ela já foi observada por civilizações antigas, com os babilônios documentando eclipses lunares desde cerca de 700 a.C.
Eles utilizavam esses eventos celestes para prever ciclos astronômicos e eventos. A história da observação de eclipses lunares remonta a milênios, e provavelmente os astrônomos babilônios também presenciaram a Lua com cores vermelhas ou alaranjadas.
Além disso, astrônomos gregos como Hiparco e Ptolomeu estudaram os eclipses lunares e registraram detalhes sobre esses fenômenos, estabelecendo uma base para o entendimento científico das fases da Lua e dos eclipses.
Eles também notaram que a Lua, durante os eclipses totais, adquiria tonalidades avermelhadas ou alaranjadas, mas sem compreender totalmente os mecanismos atmosféricos por trás desse efeito, que só seriam explicados completamente séculos depois.
Tem eclipse em 2025?
O ano de 2025 trará dois eclipses lunares totais, sendo um deles especialmente visível para grande parte do mundo, incluindo o Brasil. O primeiro eclipse ocorrerá no dia 14 de março, com a fase total do eclipse durando 66 minutos.
Esse evento poderá ser visto em partes do Brasil, dependendo da localização, entre as 00h57 e as 05h56 (horário de Brasília). O segundo evento acontecerá em 7 de setembro, sendo visível em sua totalidade em várias regiões, incluindo América do Sul, América do Norte, Europa, África e partes da Ásia. No Brasil, o eclipse será visível entre as 18h11 e as 23h17 (horário de Brasília).