O Progressistas e o PL, que desfilaram aliados do Governo pela Praça dos Três Poderes por quatro anos, começaram a se despedir do atual inquilino do Palácio do Planalto sem constrangimento, com sinais verbais emitidos por expoentes. Primeiro a cumprimentar o presidente eleito Lula da Silva (PT), o bolsonarista (por ora) Arthur Lira deu indicativo de que pretende se sentar com a bancada do PT pela sua reeleição em fevereiro. Do Palácio, o chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, nem esperou um silencioso presidente Jair Bolsonaro reconhecer a derrota, e já avisou que vai tocar o grupo da transição para a volta da administração do PT. E dono do PL, partido ao qual Bolsonaro se filiou para disputar a reeleição, avisou a Lula que está esperando um sinal de apoio para colocar à disposição sua forte bancada de 99 deputados federais eleitos. Seria questão de pouco tempo o rompimento de Valdemar e Bolsonaro. O presidente cobrou fidelidade do cacique, que elegeu uma bancada “valdemariana”, e não bolsonarista.
UniBiodiversidade
Um dos mais renomados cientistas brasileiros, Carlos Nobre se aliou a ambientalistas que desejam fundar a Universidade da Amazônia, com um grande e bem equipado centro de pesquisas da rica biodiversidade. O campus seria no coração do Amazonas. Lula da Silva, o presidente eleito, pode topar a ideia. Está nos planos da potencial futura ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
Drible no STF
Com desenvoltura de um médico, Flávio Gomes Camacho discursou semana passada em audiência pública no STF em defesa de faculdades que abrem cursos de medicina por força de liminar. Encerrada a sessão, descobriu-se que nunca vestiu um jaleco: é engenheiro, sem qualquer entendimento com o assunto, e que fundou dia 12 de setembro, um mês antes da sessão, a “Sociedade Brasileira de Epidemiologia”.
Michelle ao Senado
As aparições da primeira-dama Michelle Bolsonaro em agendas descoladas do marido foram ensaio para 2026. E ela se saiu bem. Com a derrota de Bolsonaro e livre das amarras da lei eleitoral, Michelle deve ser candidata ao Senado pelo DF e pode fazer dobradinha com Damares Alves daqui a quatro anos. Resta saber se o bolsonarismo resiste até lá.
Abraço dos afogados
A autofagia da esquerda para criar uma chapa viável ao Governo de São Paulo vitimou o PT e o PSB. Enquanto se digladiavam para decidir quem seria o candidato, Fernando Haddad (PT) e Márcio França (PSB) não viram o crescimento silencioso do ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) entre prefeitos e na ala tucana que não queria nenhum dos dois da centro-esquerda no Palácio Bandeirantes. O PT rifou França (que ainda perdeu o Senado), ex-governador que tinha mais chances que Haddad.
32 milhões
O apoio do governador de Minas, Romeu Zema (Novo), e a consolidação do voto no interior paulista ajudaram o presidente Bolsonaro, mas não o suficiente para ser reeleito. Ele obteve sete milhões a mais de votos em relação ao 1° turno. Lula conseguiu mais três milhões, o que rendeu a vitória. Fica o desafio para o TSE de descobrir quem são os 32 milhões de eleitores que, de novo, não foram às urnas. São pessoas que já morreram? É a turma abaixo dos 18 ou acima dos 65 anos que não tem obrigação de votar?