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Batman, Mulder and Scully

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Oi, gente.

Assim como tantos leitores de quadrinhos por aí, faço parte da legião que tem o Batman como um dos seus personagens favoritos. Motivos não faltam, basta ler histórias como “O Cavaleiro das Trevas”, “A piada mortal”, “Asilo Arkham”, “Ano Um”, “A Corte das Corujas” e 3.852² outras mais. E faz parte dessa lista a minissérie “O longo Dia das Bruxas”, que só foi cair em minhas mãos quase 20 anos depois de publicada pela primeira vez. A republicação faz parte daquela coleção da Eaglemoss com clássicos da DC, lançada no mesmo esquema da Salvat com a Marvel e que inexplicavelmente não chegou às bandas de Juiz de Fora até o momento. Na verdade, é difícil de encontrar até mesmo no Rio de janeiro, mas enfim.

“O longo Dia das Bruxas” merece fazer parte da lista de melhores histórias já feitas com o Batman, cortesia da parceria entre o roteirista Jeph Loeb e Tim Sale, que rendeu outras minisséries com o Hulk, Homem-Aranha e Demolidor, entre outros heróis. A história mostra o alter ego do bilionário Bruce Wayne ainda nos primeiros estágios da sua carreira, em algum momento após os eventos de “Ano Um”, aliado ao capitão Jim Gordon e o promotor Harvey Dent para erradicar o crime de Gotham City, cidade dominada pela mafiosa família de Carmine Falcone. Ao mesmo tempo, o trio precisa lidar com o surgimento de um criminoso apelidado de Feriado por cometer sua série de assassinatos em datas festivas como o Dia das Bruxas, Dia de Ação de Graças, Natal, e por aí vai.

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A minissérie é sensacional e essencial por diversos motivos. É uma trama policial bem contada, envolvente, desenvolvida sem pressa e que permite conhecer a personalidade e as motivações dos personagens. O roteiro de Jeph Loeb mostra, ainda, como se deu o amadurecimento de Batman como vigilante de Gotham, além do declínio das famílias mafiosas na cidade e o surgimento de quase todos aqueles vilões clássicos, como o Coringa, Charada, Solomon Grundy, Mulher-Gato, Hera Venenosa, o próprio Duas-Caras. E a arte de Tim Sale é fantástica, lembrando em muitos momentos o clima noir do mestre Frank Miller mas também imprimindo o seu traço fino e elegante. A representação do Batman em sua juventude, na melhor forma física, quase que como uma força sobrenatural, sombria, é das melhores já feitas para o Homem-Morcego. E a paleta de cores suaves usadas pela dupla Gregory Wright e Dave Stewart ajuda a colocar “O longo Dia das Bruxas” entre os clássicos supremos do nosso querido Morcegão.

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E temos que falar de “Arquivo X”, né? Foram apenas seis episódios nessa décima temporada, mas que valeram a pena pela espera. Tivemos os famosos episódios procedurais com o “monstro da semana”, mas também uma conexão com a paranoia da guerra contra o terror dos americanos e um final de temporada em que o bichou pegou – e pegou feio – numa escala global que não me lembro de ter ocorrido antes na série.

Mas temos alguns terríveis poréns que merecem ser citados: a forma rápida e pouco criativa como Scully e a agente Einstein descobriram a cura para o tal vírus mortal – bem ao estilo dos blockbusters hollywoodianos – e a volta do Canceroso, que se mostrou desnecessária. Provavelmente existem outros pontos a serem criticados e que só virão com o tempo, mas mesmo assim será triste ter que esperar cerca de 46 semanas para o início da nova temporada. No geral, “Arquivo X” tá tranquilo, tá favorável.

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Vida longa e próspera. E obrigado pelos peixes.

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