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As sete maravilhas botequeiras de JF

Procopão Capa
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Que tal uma lista dos mais conhecidos e tradicionais petiscos de boteco de nossa cidade?

Quando dois botequeiros se encontram e conversam, rola todo tipo de assunto. E foi numa conversa com um amigo que frequenta boteco tanto quanto eu, o Marcelo da Multimídia, que surgiu uma ideia bacana para a coluna: uma lista dos sete bares mais tradicionais de JF e seus tira-gostos mais emblemáticos. E aqui vai uma lista de sete botecos que todos devemos visitar e conferir, apesar de que aposto que o leitor da coluna já sabe muito bem o sabor de cada um destes pratos, afinal, aqui o papo é de “botequeiro pra botequeiro”, não é verdade?

Bar do Futrica – Pizza Grega

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O bar já alcançou seus 62 anos de história e a terceira geração da família Vieira já está trabalhando por lá, mantendo a tradição e, principalmente, o cardápio que a gente adora. Na Galeria Hallack, que liga a Rua Marechal Deodoro à Rua Mister Moore, o bar segue servindo uma iguaria que veio junto com o bar quando o saudoso Geraldo Vieira adquiriu o ponto e colocou seu apelido como nome por lá, substituindo o Gruta do Anastace que anteriormente nomeava o bar. Esse cidadão cipriota-grego ensinou ao Futrica a receita da Pizza Grega, que tem massa fininha, preparada diariamente na casa, e é recoberta com muito queijo-do-reino que, quando derretido, transforma-se num imbatível tira-gosto para acompanhar aquela cerveja geladinha.

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Bar do Bigode e Xororó

Outro decano dos bares juiz-foranos, o bar da Rua Oswaldo Aranha poderia chamar-se bar do Vicente e Nilton, só que, mais uma vez, os apelidos dão nome ao lugar, com total aprovação de todos nós, não é verdade? Pois esses dois camaradas tocam hoje o bar que existe desde 1965 e serve o autointitulado “melhor torresmo do Brasil”. O torresmo enche a estufa do lugar e o ar com seu aroma convidativo. É bem verdade que lá tem um cardápio com outros tantos tira gostos, mas quase todo mundo chega ali e já pede o torresmo sem pestanejar, variando, no máximo, entre o torresmo de ponta, o de tira ou uma porção da crocante pururuca. Todos eles são pedida certa para acompanhar um bom bate-papo com os amigos regado a cerveja, e pra isso agora tem até uma breja rotulada Bigode & Xororó.

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Bar do Abílio – Fígado com Jiló

Comemorando seus 50 anos com o querido Abílio firme e forte preparando as mais variadas porções, o bar segue reunindo todo tipo de cliente no endereço da Rua Fonseca Hermes. Por lá passam diariamente uma infinidade de pessoas para uma cervejinha rápida, ou uma dose de pinga com mel, ou mesmo para relaxar numa das mesas do bar enquanto observa o Sr. Abílio manuseando suas panelas logo ao lado, com a habilidade de quem domina a arte botequeira como ninguém. Destas panelas saem tira-gostos que enchem os olhos, e as barrigas, de todos nós. Tudo com muito cuidado e cheio de sabor, como é o caso do campeão de pedidos por lá: o Fígado com Jiló. Esse prato, que já ganhou concurso de gastronomia e também teve sua receita publicada em livro, tem uma curiosidade: inicialmente levava só o fígado e muita cebola, mas uma cliente sugeriu ao Abílio inserir o jiló no preparo. Deu trabalho achar o ponto, ele me confidenciou, mas quando acertou a receita foi sucesso imediato e agora ele habita nossa memória de botequeiro e nos faz salivar só de lembrar desta verdadeira maravilha.

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Bar do Totonho – Rocambole de Torresmo

O tira-gosto mais famoso do Totonho tem data, dia e hora de criação. A Nathália, filha do Totonho, me contou que eles se recordam até quais pessoas estavam presentes no dia de criação do prato. Sorte delas terem participado desse momento histórico. O prato já era um sucesso em Juiz de Fora e se tornou o rocambole de torresmo mais famoso do Brasil quando um vídeo do Totonho preparando o rocambole viralizou na internet e tornou essa iguaria um ícone nacional, com muita gente fazendo a receita em casa e até com outros bares copiando para o cardápio, no formato tradicional, recheado ou até numa versão denominada “rolo de torresmo”, lá em SP. Tudo influência deste simpático camarada que nos recebe maravilhosamente no seu bar, desde quando ele era no quintal de sua casa no Bairro Retiro, e hoje no novo restaurante próximo ao endereço original e ainda no Totonho Happy Hour, lá no Shopping Jardim Norte.

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Bar do Gilbertinho – Feijão Amigo

Reza a lenda que foi o Gilbertinho quem batizou o caldinho de feijão com o sugestivo nome de Feijão Amigo. Hoje, ninguém aqui de nossa região se refere ao feijão cozido e batido como “caldinho”. É feijão amigo e pronto! E nele podem ser acrescidos bacon, carne de porco e o sempre presente torresminho. O do Gilbertinho leva a alcunha de “amigo” porque é servido no mesmo copinho de dose de cachaça, então, ao chegar à mesa ladeado pela aguardente na mesma roupagem, tornam-se amigo um do outro e, principalmente, do botequeiro que toma uma dose da marvada e já complementa a ação com um saboroso feijãozinho para tirar o gosto e aquecer, um pouco mais, o peito. Importante dizer aqui que o bar, um dos precursores do movimento boêmio do Alto dos Passos, hoje tem endereço no Bairro Granbery, na Rua Ambrósio Braga 40. E se você não pôde experimentar esse prato clássico de JF no endereço original, não perca tempo e vá experimentar, ou relembrar, o sabor inigualável do feijão amigo lá no Gilbertinho.

Bar du Leo – Pastéis

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Pastel é quase sinônimo de comida de boteco. Mas tem que ser daqueles meia-lua, bem caprichado, com bastante recheio e tempero que só um boteco pode ter. Muitos bares o exibem na estufa, mas no Bar du Leo ele é preparado na hora, melhor ainda, e chega quentinho à mesa do cliente, que vai estar acomodado e relaxando nas mesas estendidas pela “Praça do Bar du Leo”, como ficou informalmente conhecida a Praça Armando Toschi Ministrinho. É quase impossível sentar numa das mesas e não pedir pelos pastéis. Os recheios podem até variar, mas sempre será um ícone culinário. Eu poderia indicar um ou outro sabor, mas seria um pecado. Sugiro experimentar todos e escolher o de sua preferência. São todos muito bons e vão fazer quem ainda não provou tornar-se cliente e voltar ali diversas vezes para aproveitar essa gastronomia de botequim e todo aquele espaço maravilhoso. Uma obra-prima completa!

Procopão – Jabá de Jagunço

O Procopão por si só já é uma instituição benemérita juiz-forana. São 90 anos de história, sempre no mesmo endereço, com um dos melhores cardápios de Juiz de Fora e, como dizem os clientes, a cerveja mais gelada da cidade. Escolher um único prato do menu é tarefa difícil, mas eu vou indicar o Jabá de Jagunço como uma maravilha a ser experimentada por todos que queiram conhecer, ou revisitar, aquele delicioso lugar conhecido como o “Bar da Tentação”. O prato em questão foi o campeão da segunda edição do concurso JF Sabor em 2001 e desde então mantém-se no cardápio e é um dos mais pedidos por lá. Também pudera, olha só a descrição: Lombo, costelinha de porco, linguiças finas e bacon ao molho, repousadas sobre camadas de polenta cremosa, intercaladas por queijos derretidos e ervas finas, cobertos com torresmos. Isso tudo servido na pedra quentinha.

Curtiu a lista? Comente na página do portal do Tribuna de Minas o que você achou. Se já conhece todos os bares, que tal revisitá-los? Ou ainda, indicar mais algumas maravilhas pra gente fazer mais uma lista dessas. Te aguardo! Vamos Juntos?!

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