Alguns petiscos tradicionais de botequim andam sumidos das estufas dos estabelecimentos. Tem cliente novo que sequer conhece o sabor dos pratos.
Quem sabe a lembrança deles aqui na coluna faça nossos amigos donos de botequim voltar com os petiscos para as vitrines do bar?
Sardinha frita
A sardinha já foi figura fácil e tão comum quanto um bom pastel ou torresmo na vitrine dos bares. O tira-gosto praiano ainda é muito comum nos botequins do vizinho Rio de Janeiro, e por lá recebe a curiosa alcunha de “frango marítimo”. Por aqui, tive notícia que o Bar Du Marcelu, na Rua Doutor João Camilo de Oliveira 103, Bairro Bandeirantes, voltou a ostentar o peixinho, de sabor inigualável entre os pescados, figurando em sua vitrine de tira-gostos. Mas fique atento: por lá ela aparece pontualmente às quintas-feiras. Já no Bar do Manel, na Rua Cândido Tostes 24, no São Mateus, ela pode ser achada com maior frequência. Embora não fique se exibindo na estufa, o pessoal do bar cuida de fritar o petisco na hora, rapidinho, para atender a demanda da clientela, que sempre pede o prato para acompanhar um bom jogo de futebol nas telas do bar.
Pernil assado
O pernil assado já foi mais visto em estufas de bares pela cidade, mas hoje quase não se encontra o vultoso corte suíno, assado e que normalmente chega ao balcão suculento e acebolado. Dele, saem porções para petiscar e também o melhor sanduíche do mundo: o pão com pernil. Em Juiz de Fora, ainda se acha o sanduba no Bar e Restaurante Cascatinha, na Avenida Doutor Paulo Japiassu Coelho 522, no Cascatinha, que em sua incrível estufa de três andares reserva espaço especial para o pernil assado. Aí fica fácil pedir um sanduíche preparado no crocante pão francês e matar a saudade desse saboroso lanche, que fica bom tanto com um refrigerante geladinho ou uma cerveja estupidamente gelada. Mas se você estiver pelo Centro da cidade, no sábado na hora do almoço, e não fizer questão da cerveja como acompanhamento, a lanchonete Chora Morena, na Rua Mister Moore 131, oferece, sempre nesse dia e horário, o sanduba de pernil. É pontual, mas não deixa de ser uma excelente opção pra relembrar esse sabor.
Lambari
Esse já foi um dos petiscos mais pedidos pelos botequeiros para acompanhar aquela cervejinha descompromissada ou cachacinha rápida do final do dia. Alguns bons botecos o mantinham em suas estufas e podiam ser consumidos em porções e até mesmo em unidades. Hoje não dá mais pra “pescar” um lambari direto da estufa. Alguns bares ainda o servem em porções, fritas na hora. Crocantes e com umas gotinhas de limão, são garantia de satisfação à mesa. O Bar do Abílio é um dos tradicionais botequins que o servem dessa forma, na Rua Fonseca Hermes 160, Centro. Alguns restaurantes especializados em peixes e frutos do mar o mantêm no cardápio, mas disputando espaço com traíras, tilápias e até tambaquis, que acabam ofuscando o nosso querido peixinho. Uma pena ele perder espaço para os grandões: me faz lembrar aquela gravura dos peixes menores sendo comidos pelos maiores. Mas ele resiste, e os botequeiros raiz não o esquecem. Bora petiscar um lambari?
E você? Sente falta de algum outro petisco? Então me conte qual nos comentários da coluna no site da Tribuna! Quem sabe a gente “troca figurinha” e descobre onde petiscar outros antigos sabores dos butecos de JF?