Uma feijoada que é servida no mesmo restaurante há 46 anos, seguindo a mesma receita e que, pasmem, começa a se degustada por volta das 9h30 da manhã. Isso mesmo, meu amigo leitor! O prato é tão esperado pelos clientes que logo cedo já há gente ávida pela oportunidade de servir-se de uma farta feijoada de feijão preto, com os respectivos pertences suínos, daquelas bem raiz, e seus sempre bem-vindos acompanhamentos: o arroz branco e soltinho, couve fatiada e refogada e uma farofa clarinha e rica em ovos, que pode ser complementada ainda por uma farinha torrada que fica sobre a mesa, num free refil para ajudar a “limpar” o caldinho do feijão que fica no prato ao final da refeição.
Uma genuína feijuca que atrai gente de toda cidade para experimentá-la todas as sextas feiras, e é disputada também pelos vizinhos da Lanchonete e Restaurante Carimã, na Avenida Juscelino Kubitschek, logo após o Viaduto Ramirez Gonzalez, precisamente em frente à fábrica da BD – de onde sei que saem muito clientes deste prato, bastando atravessar a rua para se acomodar no simples, mas agradável restaurante. Talvez, por isso, eu tenha me frustrado tantas vezes ao tentar comer a feijoada: chegando lá após às 13h é impossível achá-la disponível nas panelas. Mas encontrei, nas redes sociais, a Julia, filha do Danilo, ilustre proprietário do restaurante, e com ela veio o telefone de contato e, assim, consegui reservar minha feijuca na última sexta-feira. Agora sou um vencedor, e conhecedor desta iguaria, e mais um fã do Danilo Paschoalini, guaraniense de 66 anos, que acorda às 4h da manhã para começar os trabalhos no seu restaurante.
No dia da minha visita, e depois das 13 horas, comigo já de “papo cheio”, ele pode sentar-se à mesa para me contar outras peculiaridades do lugar: o nome Carimã remete a um hotel no sul do país, que ficou em sua memória a partir de uma viagem que fez por lá. Além da feijoada, disputadíssima, há outros pratos muito valorizados, como o frango com quiabo às quintas-feiras, o feijão tropeiro com costelinha oferecido na quarta, e o espaguete com bife à milanesa de toda terça – esse prato, inclusive, o meu amigo Carlos, da cachaça Du Botti, recomendou fortemente e diz que já foi muito ao Carimã por conta dele. Inclusive, fica a dica aqui: no dia da feijuca não deixe de pedir uma boa cachaça Du Botti para harmonizar com essa clássica receita que merece todo nosso prestígio e consideração! Mas não se esqueça: chegue cedo ao restaurante, senão vai dar de cara com as panelas vazias! Anotou? Então você que lute agora!
Endereço: Avenida Presidente Juscelino Kubitscheck, 1280.
Telefone: (32) 3221-1083