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Conservação e armazenamento do vinho: 6 dicas para você não errar

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Amigo Enoleitor,

Você é uma pessoa que deixa de comprar ou abrir uma garrafa de vinho por falta de companhia ou por falta de um local adequado para guardá-la?

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Você gostaria de manter vinhos em casa para ocasiões especiais, mas, por não possuir um lugar apropriado para eles, desanima de comprar?

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Você sonha em montar uma adega em casa, com a intenção de guardar muitos vinhos, mas tem dúvidas de como e onde fazê-la?

Seja qual for o caso, existe uma solução simples e totalmente acessível, fique tranquilo. Hoje eu te apresento algumas dicas muito úteis para você nunca mais errar quando precisar conservar um vinho já aberto ou guardar algumas garrafas, com segurança, por algum tempo. Vamos lá.

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  1. Tipo de vedante utilizado para o fechamento do vinho:

São dois os vedantes mais comuns encontrados no mercado e que precisam ser levados em consideração quando necessitamos guardar o vinho.

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Rolha de cortiça: A cortiça é o material utilizado na “tampa” mais tradicional e comumente encontrada na grande maioria das garrafas de vinho. Atualmente, inclusive, existem versões sintéticas e muito tecnológicas, que reproduzem fielmente as características do vedante natural.

A cortiça permite a passagem de uma pequena quantidade de oxigênio para o interior da garrafa, auxiliando na chamada evolução do vinho.

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Tampa de Rosca ou Screwcap: um tipo de tampa moderno, que vem cada vez mais substituindo a rolha de cortiça mundo afora. É comumente utilizada no fechamento de vinhos jovens, frescos e prontos para o consumo, pois garante uma vedação hermética, que evita a entrada de ar e, por consequência, as alterações causadas pelo tempo.

Com relação à posição em que devemos guardar as garrafas, levando-se em consideração o vedante, segue a regra: as garrafas fechadas com rolha de cortiça devem ser armazenadas deitadas, para manter o líquido em contato com a rolha. Esta providência, teoricamente, deve evitar que ela resseque (o ressecamento da rolha facilita a entrada indesejada de oxigênio, que desencadeia uma oxidação prematura no teu vinho).

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Se você planeja beber essas garrafas a curto ou médio prazo, ou se as garrafas tiverem fechamentos alternativos (tampas de rosca, rolhas de vidro, dentre outras), isso não é necessário, ou seja, podem ser guardadas de pé. Esta regra também é válida para os espumantes.

No entanto, te digo o seguinte: o armazenamento horizontal é uma maneira eficiente de economizar espaço para guardar tuas garrafas, e, definitivamente, não irá prejudicar teus vinhos.

  1. Conservação do vinho após aberto:

É sempre aconselhável manter um vinho, depois de aberto, dentro da geladeira. E atenção! Após aberto, o vinho deve ser guardado de pé.

Se a garrafa tiver tampa de rosca, facilita: é só enroscar de volta. Este vedante, na maioria dos casos, não permite a entrada de oxigênio. Desta forma, o teu vinho vai aguentar bem por uma semana, em média.

Se for uma rolha, utilize-a para fechar a garrafa, certificando-se de apertá-la bem, e consuma o vinho, preferencialmente, durante os próximos 3 dias.

Em tempo: acabei de me servir de uma taça de rosê que abri há 6 dias atrás e deixei na geladeira, fechado com a própria rolha. Está perfeito. Note que a qualidade do vinho influencia no tempo de “vida pós-abertura” dele.

TAMPA COM BOMBA A VÁCUO

Um excelente acessório para a conservação do vinho depois de aberto é a tampa (bomba) de vácuo. Ela retira o ar da garrafa, o que ajuda a preservar os aromas e sabores da bebida por mais tempo, enquanto mantida na geladeira.

Com o uso da bomba, você pode conservar os vinhos brancos e rosés por, aproximadamente, 3 a 7 dias, e os tintos por até 5 dias, em média. Dependendo do vinho, aguenta até mais, como comentei.

TAMPA PARA ESPUMANTE

Para os espumantes, uma boa solução é utilizar uma tampa específica, encontrada em qualquer loja especializada. A tampa própria para espumantes evita a perda acelerada das borbulhas e ajuda a manter o frescor da bebida por uns 2 dias, em média.

Uma outra criativa e eficaz solução é transferir o vinho que sobrou para uma garrafa menor, até mesmo uma de plástico. Assim, consegue-se diminuir a superfície de contato do líquido com o oxigênio, o que irá retardar a inevitável degeneração do líquido pela oxidação.

 

  1. Temperatura de armazenamento:

Manter os vinhos na geladeira de casa é eficiente e seguro por até alguns meses, mas não é uma opção interessante a longo prazo.

A temperatura média da geladeira fica bem abaixo de 8°C, perfeita para armazenar alimentos perecíveis com segurança, mas não muito desejável em se tratando de vinhos. O frio e a falta de umidade do interior da geladeira favorecem o ressecamento das rolhas e prejudicam a evolução natural do vinho.

Por dedução, evite deixar uma garrafa no freezer ou no congelador por mais de 30 minutos. Você pode colocar o vinho no freezer quando necessitar resfriá-lo rapidamente, mas, por favor, não a esqueça por lá. O desastre é certo.

Em contrapartida, sabemos que o calor é o inimigo número um do vinho: ele pode, literalmente, cozinhar a bebida.

A faixa de temperatura ideal para melhor conservação encontra-se entre 7°C e 19°C (e 12-13°C é frequentemente citada como a temperatura quase perfeita), embora isso não tenha uma comprovação científica.

Não se preocupe muito se o seu armazenamento estiver alguns graus mais quente, desde que você não pretenda guardar as garrafas por muitos anos. Mais importante do que se preocupar em alcançar a temperatura “perfeita” é evitar as oscilações de temperatura rápidas, extremas ou frequentes.

Além de fomentar o aparecimento de sabores cozidos, a expansão e contração do líquido dentro da garrafa, provocadas pelas grandes variações de temperatura, podem, eventualmente, empurrar a rolha para fora ou causar vazamentos (e mesmo quando o vinho vaza pela rolha, isto não significa que ele esteja estragado, ok? É preciso prová-lo para avaliar as consequências do vazamento no seu estado geral).

Portanto, não fique paranoico em relação a flutuações menores de temperatura. Procure manter uma temperatura média constante no ambiente, na medida do possível, e lembre-se: os vinhos são mais resistentes do que a gente imagina.

 

  1. Incidência de luz e vibrações:

Evite armazenar teus vinhos em locais com muita vibração e mantenha as garrafas longe da luz, preferencialmente em ambientes escuros.

A luz, especialmente a solar, pode desencadear um problema para o armazenamento a longo prazo. Os raios UV do sol podem degradar e acelerar o envelhecimento do vinho.

Já reparou como os produtores gostam de utilizar garrafas de vidro colorido? Não é um artifício estético, apenas. As garrafas coloridas atuam como um escudo eficaz contra os efeitos nocivos da exposição à luz.

Por sua vez, a luz de lâmpadas domésticas provavelmente não danificará o vinho em si, mas pode acabar desbotando os rótulos, com o passar do tempo.

Voltando às vibrações, existem teorias de que elas aceleram as reações químicas no líquido, desencadeando deteriorações prematuras. Alguns colecionadores mais radicais se preocupam até mesmo com as vibrações sutis causadas por eletrodomésticos próximos, embora existam poucas evidências documentando os impactos disso.

Vibrações significativas podem, possivelmente, perturbar a estabilização dos sedimentos em vinhos mais antigos. Apesar de não serem prejudiciais ao corpo humano quando ingeridos, os sedimentos em suspensão no vinho não são bem vistos pela maioria dos consumidores; logo, é de bom tom evitá-los.

Resumindo, a menos que você more exatamente em cima de uma estação de metrô ou esteja sediando o Rock in Rio na tua residência, não há absolutamente nada para se preocupar.

 

  1. Umidade adequada:

O especialistas recomendam que seja mantida uma umidade relativa em torno de 70%, no local em que o vinho será armazenado. Este cuidado previne o ressecamento das rolhas, garantindo que permaneçam devidamente funcionais e mantenham a vedação perfeita da garrafa.

Contudo, a menos que você viva em um local de temperaturas extremas, provavelmente não terá problemas neste quesito. Qualquer valor entre 50% e 80% de umidade é considerado seguro para o armazenamento. Na dúvida, coloque um recipiente com água no local em que se encontram os vinhos.

Tenha em mente que condições extremamente úmidas podem promover mofo no ambiente. O mofo não afetará um vinho devidamente lacrado, mas poderá danificar os rótulos. Um desumidificador pode solucionar o problema.

 

  1. Local ideal para armazenar vinhos:

Se você não é o feliz proprietário de um porão fresco e não muito úmido que possa servir como uma adega natural, à la caves subterrâneas de Bordeaux, você pode usar a criatividade.

Instalar prateleiras de madeira em um cômodo fresco ou em um ambiente com controle de temperatura é uma maneira simples de atender às tuas necessidades para o armazenamento de vinhos.

Descarte a tua cozinha, a área próxima a churrasqueiras e grelhas ou qualquer outra em que as altas temperaturas possam afetar teus vinhos. Além disso, procure um local que não esteja diretamente na trajetória da luz que entra por uma janela.

Se você tiver um cantinho escuro, estável e não muito úmido ou seco na casa, este será o lugar ideal para você guardar algumas garrafas. Sabe aquele armário que mofa todas as tuas botas e os casacos de inverno? É este mesmo! Faça espaço para algumas garrafas e durma tranquilo!

Você também pode comprar uma adega refrigerada portátil e instalá-la no local o mais fresco possível da casa. Desta forma, ela não terá que trabalhar tanto, mantendo sua conta de energia mais baixa.

Você deve estar se perguntando quando seria o momento ideal para ousar e investir numa adega refrigerada ou até mesmo na transformação de um cômodo em uma adega climatizada, acertei?

Eu te pergunto: quanto você gastou, em média, no ano passado, com seu consumo de vinho?

A publicação internacional especializada Wine Spectator trouxe, recentemente, o seguinte dado: se uma unidade de resfriamento de US$ 1.000 representa menos de 25% do seu orçamento anual de compra de vinhos, esta seria uma boa hora para você pensar em investir mais pesado na proteção das tuas aquisições.

E ouça a voz da sabedoria de colecionadores e consumidores frequentes: em se tratando de capacidade de garrafas, qualquer que seja o número que você esteja pensando, dobre. A partir do momento em que você começar a acumular vinhos para beber mais tarde, você estará diante de um caminho sem volta, caro amigo. Portanto, peque pelo exagero e invista numa adega (ou reforma) maior.

Mais uma dica de milhões: ao escolher uma adega refrigerada, dê preferência a uma que te permita ajustar temperaturas diferentes para tintos e brancos. Os brancos, normalmente, devem ser guardados a uma temperatura mais baixa do que os tintos. Isto ajudará a manter todas as garrafas no seu melhor estado até que você decida o momento certo de abri-las.

Espero que eu tenha esclarecido muitas das tuas dúvidas sobre este assunto e torço para que você não tenha mais receio de abrir ou comprar uma garrafa simplesmente por achar que não tem um local adequado para guardá-la em casa. Todos nós temos!

Partiu abrir um vinho?

Saúde e até breve!

 

Fotos: fonte CANVA PRO

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