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Estrela-guia

estrela-guia
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Conta a tradição que, durante o reinado de Herodes, nasceu em Belém da Judeia um certo menino Jesus, malocado em um lugar muito bem escondido, porque o rei queria sua cabecinha de bebê em uma bandeja. Logo depois do parto, apareceram na região uns “magos” em missão diplomática. Estavam ali para visitar o recém-nascido Rei dos Judeus e prestar suas homenagens. Vieram guiados por uma estrela que os levaria ao sítio onde Jesus estava ocultado.

Apesar da comodidade da estrela-guia, talvez encoberta por nuvens naquele momento, na altura de Jerusalém os magos se viram obrigados a perguntar, sabe-se lá em que língua: “ô, amigo, onde é que nasceu o Rei dos Judeus? A gente veio do Oriente pra adorar o menino”. O vendedor de azeitonas respondeu: “ah, moço, não sei com certeza não, mas tão falando aí que é lá pros lados de Belém”. Os magos agradeceram e seguiram viagem.

Herodes, todavia, que tinha ouvidos em toda parte – pois naquele tempo já havia os lambe-sandálias de ditadores -, ficou sabendo e mandou chamar os magos ao palácio. Como já tinha procurado o menino Jesus em toda parte sem sucesso, o rei via ali a chance de achá-lo e cortar sua cabeça, eliminando a ameaça a seu trono. “Os veneráveis magos, quando encontrarem o novo Rei dos Judeus, me avisem, por favor, que eu vou lá adorá-lo também.”

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Os magos retomaram sua jornada, guiados uma vez mais pela estrela. E não é que a danada parou, com precisão formidável, exatamente em cima do lugar onde estava o bebê Jesus? E eles o adoraram, e deram de presente ouro, incenso e mirra. “Avisar Herodes?”, um deles perguntou. O outro: “Herodes que vá pro diabo que o carregue, eu sonhei que ele quer matar o neném.” E foram embora por outro caminho, passando por fora de Jerusalém, evitando Herodes e o tráfego de vendilhões, que andava terrível naqueles dias.

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Registra mais ou menos assim o Evangelho de Mateus, em seu segundo capítulo, versículos de 1 a 12, o primeiro uso de um sistema de georreferenciamento global da história. A tecnologia, todavia, ficou desaparecida por séculos. Até que, na década de 1980, a matemática Gladys Mae West se viu obrigada a programar um computador capaz de calcular o geoide da Terra e fornecer condições técnicas para a criação do GPS, pois já ninguém acreditava em estrelas-guia.

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