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O mineiro

morro
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O mineiro não sente falta de ar, o mineiro. Mora nas alterosas, Mata Atlântica e Cerrado, vento pra todo lado, montanha e cachoeira, neblina de sábado a sexta-feira, cerração baixa, sol que racha.

Não sente falta de ar nem nos 3 mil metros do Caparaó.

Também não sente falta do agreste nem dos pampas, do pantanal nem de Sampa, do Rio Negro, do Paraná, do Solimões, do Araguaia, do Amazonas, do Paraguai, do Madeira (é brincadeira, se tem o Velho Chico, uai…)

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O mineiro – ele não conta, mas – sente falta é de Guarapari.

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De Cabo Frio e Arraial, do Leme e do Pontal.

De Porto Alegre não, nem de Porto Velho, mas de Porto Seguro, do Beco das Garrafas, das baianas arretadas, da muqueca capixaba, de Marataízes e de Ubatuba, de Piúma e Garatuba.

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Picinguaba, Almada.

A Ilha do Prumirim, cercada de delfins, dali até Ubatumirim.

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Ah, o mineiro… o mineiro tem quase tudo, é verdade. Tem floresta, tem deserto, tempo frio, tempo quente, azeite doce e aguardente. Pão de queijo. Tutu de feijão. Café no bule, doce de leite, requeijão. Costelinha com angu e couve – não sobra nem pro cachorro.

Um oceano de morros.

Quase que não dá pra reclamar.

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Exceto quando vem janeiro, que aí o mineiro – ele não conta -, sente muita falta do mar.

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