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Basquiat x Vitor

flash basquiat web
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Esta, caro leitor, não é uma crônica sobre o Seu João.

(embora eu tenha estado na casa dele ontem no Rio e ele tenha me contado uma boa história sobre as irmãs que vieram estudar no Colégio Sion e quando voltavam a Cataguases apesar de quase ninguém ter bicicleta naquela época elas passeavam de bicicleta e eu ficava estrategicamente posicionado para vê-las passar porque você sabe que eu sempre gostei de ver uma moça bonita e quem é que não né rá rá rá)

Esta é uma crônica sobre o irmão do Seu João.

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Após o almoço Seu João foi dormir, e o irmão do seu João resolveu nos fazer companhia num passeio ao Centro Cultural Banco do Brasil, onde está em cartaz uma senhora de uma exposição de Jean-Michel Basquiat.

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O crítico de arte dentro do irmão do Seu João não se conteve diante da mistura de desenho, pintura, colagem, poesia e grafite de Basquiat.

– Olha esse aqui – me chamou sorrindo, apontando para “Carros velhos”. – Meu neto Vitor faz igual isso daí. E ele só tem 3 anos.

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E seguimos nosso roteiro por acrílicas sobre madeira, histórias em quadrinhos, bastão de óleo sobre tela, Andy Warhol, xerox, desenho animado.

– Era bem maluquete esse Basquiat. Essa miscelânea aí. Gostava de desenhar osso. Teve um acidente. Arrebentou o braço. Ficou psicótico com desenho de braço. Desconexo.

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E vimos “Quatro grandes”, “Jazz”, “Ataque do coração”, “Procissão”, “Bracco di Ferro”, “Alavancagem”, “Moisés jovem” – “ó meu nome escrito aqui em cima do pé, ó” -, “Flash em Nápoles”.

– Olha esse Homem-Relâmpago. Aquele Batman que você fez pro Vitor é muito melhor -, elogiou, com a (completa ausência de) discrição que lhe permitem seus 80 e blau.

Terminamos o passeio, retornamos ao Seu João para uma mão de buraco e, já no elevador rumo à garagem, pergunto se gostou do que viu.

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– Rapaz, só de pisar aquele mármore do Banco do Brasil, ver aquelas colunas neoclássicas… vale qualquer sacrifício.

A arte encontra os seus.

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