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Passo a palavra

passo a palavra
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A crônica, aprendi, deve infiltrar o texto leve em meio à sisudez do noticiário de jornal. Um contrapeso para as agruras reportadas diariamente na imprensa. Tento fazê-lo sempre, escrever como quem não quer nada, uma prosa à toa sobre qualquer bobagem. Falar de cachorro, botequins, flores, um velho que atravessa a rua. Falho com frequência, por pura incompetência, caindo na cilada fácil da emissão de opiniões não requisitadas. Hoje seria mais um miserável dia desses, em que iria vociferar contra a crueldade de Jair Bolsonaro e a incompetência de seus opositores. Mas farei diferente. Hoje, passo a palavra. Reproduzo abaixo a “Carta aberta à humanidade”, publicada no sábado por um grupo de brasileiros preocupados com os rumos que o país vem tomando sob um governo de adoradores da morte. Assim, poupo vocês, muito estimados leitores, de minha própria desesperança e dou vez a um grito coletivo. Assinam a carta, entre centenas de outros, padre Júlio Lancelotti, Miguel Nicolélis, Chico Buarque, Leonardo Boff e Jessé de Souza.

“Carta Aberta à Humanidade

‘Vivemos tempos sombrios, onde as piores pessoas perderam o medo e as melhores perderam a esperança.’ (Hannah Arendt)

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O Brasil grita por socorro.
Brasileiras e brasileiros comprometidos com a vida estão reféns do genocida Jair Bolsonaro, que ocupa a presidência do Brasil junto a uma gangue de fanáticos movidos pela irracionalidade fascista.
Esse homem sem humanidade nega a ciência, a vida, a proteção ao meio ambiente e a compaixão. O ódio ao outro é sua razão no exercício do poder.
O Brasil hoje sofre com o intencional colapso do sistema de saúde. O descaso com a vacinação e com as medidas básicas de prevenção, o estímulo à aglomeração e à quebra do confinamento, aliados à total ausência de uma política sanitária, criam o ambiente ideal para novas mutações do vírus e colocam em risco os países vizinhos e toda a humanidade. Assistimos horrorizados ao extermínio sistemático de nossa população, sobretudo dos pobres, quilombolas e indígenas.
O monstruoso governo genocida de Bolsonaro deixou de ser apenas uma ameaça para o Brasil para se tornar uma ameaça global.
Apelamos às instâncias nacionais – STF, OAB, Congresso Nacional, CNBB – e às Nações Unidas. Pedimos urgência ao Tribunal Penal Internacional (TPI) na condenação da política genocida desse governo que ameaça a civilização.
Vida acima de tudo.”

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