Na última terça-feira, o IBGE divulgou o resultado do IPCA-15, índice que traz a prévia da inflação brasileira. De acordo com a métrica, a inflação em julho foi de 0,13%, abaixo da taxa de 0,69% do mês anterior (junho). No geral, o IPCA-15 acumula 5,79% no ano e 11,39% nos últimos 12 meses.
De acordo com o instituto, a desaceleração do índice ocorreu, principalmente, em decorrência de dois setores: transportes e habitação, que tiveram redução de, respectivamente, 1,08% e 0,78%. Para o grupo de transportes, a queda se originou pela baixa nos preços dos combustíveis. Já para habitação, a redução se deu pela queda dos preços na energia elétrica residencial, sendo que, em julho, segue em vigor a bandeira verde, na qual não há cobrança adicional na conta de luz. Dependendo da região, a desaceleração do preço chegou a 12,02%. Especificamente para a capital mineira, essa redução foi de 5,95%.
Em suma, a redução das taxas desses dois grupos ocorreu pela diminuição da alíquota do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre combustíveis, energia e comunicação, que foram aplicadas a partir da Lei Complementar 194/22, sancionada no final de junho pelo Governo federal e com vigência até o final de dezembro deste ano.
Para os combustíveis, a redução do ICMS contribuiu para a queda de 5,01% no preço médio da gasolina e 8,16% para o preço médio do álcool. Para o diesel, não houve mudança no preço, pelo contrário, houve uma alta de 7,32%. Já na energia elétrica, a redução do imposto fez com que se observasse uma queda de 4,61% na conta de luz.
Embora a diminuição da alíquota do ICMS tenha impactado de forma positiva alguns setores da economia, como habitação e transporte, e por conseguinte uma redução no IPCA-15 de julho, nem todos os setores tiveram este mesmo movimento, como por exemplo o setor de alimentação e bebida, que teve alta de 1,16%, tendo como maior vilão o leite, que soma um aumento de 57,42% no ano.
Assim sendo, observa-se que a queda da inflação no mês de julho, em grande parte proveniente da redução do imposto e da queda nos grupos de transportes e habitação, não terá um efeito a longo prazo, ou seja, será um alívio provisório para a população brasileira, uma vez que as incertezas do mercado ocasionadas pelas proximidades das eleições presidenciais e pelos conflitos internacionais – Guerra da Ucrânia – atuam como catalisadores para a alta dos preços.