A pandemia do coronavírus proporcionou inseguranças econômicas em todo o mundo. No Brasil, a situação empregatícia foi uma delas e se caracterizou por níveis recordes de desemprego no ano de 2021. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice de desemprego tem apresentado queda e atingiu o patamar de 13,2% no trimestre encerrado em agosto, porém, os dados do ranking da agência de classificação de risco Austin Rating mostram que a taxa de desemprego brasileira é a quarta maior quando comparada às principais economias do mundo. Mesmo diante das consequências negativas do ano pandêmico, um grupo se destacou na busca e obtenção por um posto de trabalho: os jovens.
Segundo o Sebrae Minas, com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o número de jovens contratados pelas micro e pequenas empresas no estado de Minas Gerais apresentou um aumento de 128% de janeiro a julho de 2021, quando comparado ao mesmo período de 2020. Nos sete primeiros meses de 2020, foram 5.076 jovens de 14 a 17 anos contratados, enquanto no ano de 2021, foram 11.574 jovens, sendo que a maior parte deles possui Ensino Médio completo ou incompleto. Vale destacar que a confiança na retomada das atividades pelos contratantes e o considerável avanço da imunização da população mais nova do país favorecem as oportunidades de vagas e contratações. Entretanto, muitos dos jovens entram no mercado em decorrência da necessidade de auxiliar financeiramente suas famílias e podem sofrer um desestímulo à continuidade dos estudos.
O baixo número de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano pode ser apontado como uma consequência desse cenário. O Enem, que é um dos principais meios de entrada de jovens no meio acadêmico, apresentou apenas 300 mil inscritos em 2021 no estado de Minas Gerais. Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), o número de participantes com inscrição confirmada foi de 47,8% menor do que o de 2020. Assim, é importante que a população jovem mineira conte com programas de incentivo à capacitação a serem ofertados pela esfera pública ou por organizações privadas, com a finalidade de potencializar os resultados trazidos pela retomada da economia neste ano e de incentivar a continuidade dos estudos.