Inovação, segundo o Fórum Econômico Mundial, é um dos pilares para competitividade no cenário internacional e pode ser mensurada a partir do esforço inovador de cada país, sendo os investimentos em P&D, produção acadêmica e os depósitos de patentes os principais indicadores do constructo. Nações que investem mais nestes itens tendem a apresentar maior desenvolvimento econômico e competitividade, como ocorreu na Coréia do Sul, país que, a partir da década de 1970, passou a designar mais recursos para educação, intensificando a formação de capital humano (principal forma de produção acadêmica), o que possibilitou sua ascensão à condição de pólo de inovação tecnológica, ultrapassando países com uma produção científica já consolidada, como o Japão.
Com relação ao fomento à produção acadêmica, o cenário em Minas Gerais é próspero. Lavras e Viçosa, por exemplo, são destaques nas áreas de ciências agrárias; Santa Rita do Sapucaí hoje é um dos principais polos nacional em indústrias de alta tecnologia, e Lagoa Santa um centro de produção acadêmica na área das ciências biológicas. Juiz de Fora, por sua vez, lidera, junto com Nova Lima, no ramo das ciências sociais aplicadas, e, além disso, se destaca, ao lado de Alfenas, nas ciências exatas. Os investimentos nessas áreas são, majoritariamente, realizados por meio de recursos disponibilizados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), ambos voltados principalmente aos cursos de pós-graduação e pesquisas universitárias.
Uma das principais formas de identificarmos os resultados das produções científicas é pelo número de depósitos de patentes, e, nesse quesito, o panorama em Minas Gerais é de crescimento. Foi constatado que, de 2013 a 2016, segundo o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi), houve um aumento de 3,4% no total delas. Tal aumento foi impulsionado, principalmente, pelos municípios de Governador Valadares, São João del Rei, Uberlândia e Juiz de Fora, todos com expansão, no mesmo período, de respectivamente, 166,67%, 100%, 41,94% e 35,71% no número de patentes.
Com tais indicadores, Minas Gerais vem acompanhando uma tendência global da economia contemporânea: investir mais na formação de profissionais mais capacitados e em técnicas de produção mais eficientes. No entanto, ainda falta muito para atingir patamares de estados com atividade econômica mais intensa e países desenvolvidos, como a Coréia do Sul, onde 67,7% da população já concluiu o ensino superior (dado de 2014). No Brasil, tal parcela ainda é de 16,3%, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Por mais que aquela realidade ainda esteja distante de nós, as universidades e instituições de amparo e fomento à inovação representam um papel importante por aqui, tanto quanto as linhas de produção industriais. Os investimentos dessas instituições trazem consigo a semente do desenvolvimento e da produtividade.
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