Indo além dos caixas eletrônicos, do pagamento de boletos e das contas-correntes, o setor bancário possui um importante papel na economia, que é o financiamento de empresas e pessoas. Principalmente no Brasil, se considerarmos que praticamente todo o financiamento de longo prazo vem do BNDES e não do mercado de capitais (via venda de ações e debêntures pelas empresas), como é comum nos mercados desenvolvidos.
Essa particularidade brasileira faz com que o setor seja um dos poucos a performar bem em momentos de boom econômico e também nas crises, quando a necessidade de crédito aumenta. Segundo dados do Banco Central do Brasil, no segundo semestre de 2018, em comparação com o semestre anterior, a rentabilidade dos bancos cresceu cerca de 14,8% a.a. (ao ano). O indicador de rentabilidade se assemelha aos dos níveis pré-crise.
A notícia é boa para quem consegue estar do ‘outro lado do balcão’, no papel de banqueiro ou dono da rentabilidade. Esse mesmo papel pode ser assumido pelos acionistas. Ou seja, no segundo semestre de 2018, quem investiu na compra de ações de um banco conseguiu um melhor rendimento do que nos semestres anteriores. Um dos motivos do aumento da rentabilidade do setor bancário deve-se, principalmente, à redução das despesas de provisão (dinheiro reservado para o caso de inadimplência). Além disso, a redução dos custos de captação de dinheiro pelos bancos e a retomada do crédito por pessoas físicas e empresas também justificam a positividade desse setor.
Para 2019, a expectativa do mercado é de que o crédito tenha força para crescer dois dígitos. No acumulado de 2018, até novembro (melhor mês para o crédito desde 2014), o saldo aumentou 4,4%, alcançando R$ 3,2 trilhões, conforme dados do Banco Central e, para 2019, espera-se uma projeção para o crescimento do crédito de 9,4%. Se a notícia não é tão boa para quem está usando o cheque especial e outros instrumentos de dívida bancária (usualmente cara), é ótima para quem consegue poupar e comprar ações de bancos, investindo ao invés de se endividar. Como em tudo na vida, tudo é questão de estar do lado certo do balcão de negociação. E você, já decidiu de que lado quer estar?
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