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O fenômeno do delivery em meio à crise

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A popularização dos smartphones e o maior acesso à internet móvel no Brasil modifica o comportamento de consumidores e trabalhadores que observam a entrada e a consolidação de novos modelos de negócios – vide o crescimento dos serviços via aplicativos, principalmente, no decorrer da pandemia do novo coronavírus e suas circunstâncias.

As limitações sanitárias da crise favoreceram o crescimento do mercado e da clientela dos serviços via aplicativos, ao contrário das categorias tradicionais de comércios e serviços presenciais. Conforme revelado pelo Estadão Conteúdo, a pesquisa da startup Mobills registrou um crescimento de 103%, no primeiro semestre de 2020, em gastos com os aplicativos de comida. Vale ressaltar também que tais aplicativos se tornaram alternativa para muitos estabelecimentos fechados aliviarem os prejuízos da crise ao viabilizar seu funcionamento e ingresso no ramo do delivery. De acordo com os dados do aplicativo iFood, de março para junho ocorreu um salto de novos 40 mil estabelecimentos cadastrados.

Além disso, dado o elevado nível de desemprego na crise, a prestação de serviços de forma autônoma para as plataformas de aplicativos também surge como alternativa de renda – segundo os dados da PNAD COVID-19 do IBGE, na semana de 21 a 27 junho, a população desocupada atingiu 12,4 milhões de pessoas (taxa igual a 13,1%), número maior que a semana imediatamente anterior (11,7 milhões).

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Por outro lado, com o ingresso de novos entregadores, houveram reduções na remuneração dos mesmos durante o período de pandemia, mesmo com o aumento dos pedidos. Segundo as declarações dos trabalhadores para as pesquisas, de R$ 520,00 semanais, a remuneração média passou para R$ 260,00 semanais com a pandemia (conforme estudo da Cesit – Unicamp).

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Tais pontos, assim como a extensão da jornada e a degradação das condições de trabalho, geraram a primeira greve dos entregadores. Este movimento aparece em um mercado que se encontra em expansão e maturação e características como a ausência de vínculo empregatício e responsabilidades legais têm gerado expoentes negativos e discussão em torno dos mesmos.

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