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Juiz de Fora, de Princesa a Capitã

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Ao lermos os planos de governo dos candidatos à Prefeitura de Juiz de Fora, pudemos verificar que há nos mesmos a menção de fomentar a integração de Juiz de Fora aos demais municípios da região. Podemos afirmar que essa notícia é muito positiva. Explicamos: não é possível e sustentável, do ponto de vista econômico regional, Juiz de Fora ser uma ilha de prosperidade cercada por municípios com atividade econômica incipiente.

Atualmente, a busca pela redução das desigualdades regionais está centrada em ações conjuntas e integradas no espaço. As cidades não podem ser pensadas como um agente único e isolado no sistema de rede urbana, ou seja, a discussão passa pelo conceito de cidades-região, por integração espacial do processo produtivo e, portanto, crescimento mais equilibrado e encadeado entre os diversos municípios de uma região.

Ter essa preocupação na agenda de nossos candidatos ao cargo de prefeito é, portanto, um ativo. Não precisamos sair do Estado de Minas Gerais para perceber porque esse tema é tão importante e deve constar nos planos de governo de nossos candidatos. A fragmentação e, por que não dizer, a fraqueza da rede de municípios da Zona da Mata quando comparada à rede de municípios do Triângulo/Alto Paranaíba e do Sul/Sudoeste de Minas Gerais é evidente. Isso tem consequências imediatas.

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Uma rede de municípios com nível de atividade econômica baixa gera menor capacidade de consumo, menor potencial produtivo, menor capacidade de oferta de bens e serviços, perda de talentos – migração, pequena criação de postos de trabalho e, portanto, um ciclo vicioso no crescimento regional.

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Os dados do Indicador de Atividade Econômica Municipal – IAEM, para maio de 2016, calculados pela Faculdade de Economia da UFJF, evidenciam a fraqueza econômica da Zona da Mata. Dentre os 50 municípios mineiros que apresentaram maior nível de atividade econômica em maio de 2016, as regiões do Triângulo/Alto Paranaíba e Sul/Sudeste de Minas Gerais apresentavam, cada uma, sete municípios entre os 50 primeiros colocados no referido indicador. Por outro lado, a Zona da Mata apresentava apenas um, o município de Juiz de Fora. Esses resultados mostram claramente uma hierarquia regional no Estado.

Dada a situação, os leitores podem estar perguntando: seria possível transformar esse cenário? Nós acreditamos que sim. Nos países desenvolvidos, as regiões se organizam baseadas em três aspectos: a solidariedade existente entre os agentes públicos e privados; a organização em torno de um centro; e a atuação de forma conjunta. Tomando por base esses três aspectos, Juiz de Fora tem o papel de centro polarizador que, portanto, pode liderar ações e/ou arranjos institucionais que permitam a integração e/ou complementariedade da estrutura produtiva dos municípios da região. Nesse cenário, Juiz de Fora teria todas as condições para capitanear a integração e o crescimento dos demais municípios da Zona da Mata.

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Por Fernando S. Perobelli, Inácio F. Araújo Junior, Ramon Goulart Cunha, Leandro V. Pereira, Joyce A. Guimarães e Adryse V. Lima. Email para: cmcjr.ufjf@gmail.com

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