Historicamente, a indústria automobilística tem um peso expressivo na economia e no desenvolvimento do país. Movimenta cerca de R$ 150 bilhões por ano e possui capacidade de criar demanda em toda uma cadeia de indústrias e de gerar empregos diretos e indiretos. No entanto, já a partir do final de 2012 até 2016, mesmo com os pacotes de incentivos fiscais, o período não foi agradável para as fábricas automobilísticas.
Além da desvalorização do real – que fez elevar o preço das peças importadas – a elevação da inflação e de tarifas, como energia, elevaram os custos das empresas, resultando em quedas nas vendas e piorando os resultados, conforme o ápice da crise econômica.
Já em 2017, a indústria automobilística brasileira demonstrou reação, registrando um total de 2,24 milhões de automóveis vendidos e cerca de 2,69 milhões de automóveis produzidos. Altas de 9,2% e 25,2%, respectivamente, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Com isso, o ano de 2018 seguiu o movimento de seu ano anterior e consolidou a recuperação. No geral, em 2018 foram licenciadas 2,56 milhões de unidades (+14,6%) e produzidas 2,89 milhões (+6,7%).
Sendo assim, após o resultado positivo apresentado pelo segmento em 2018, o ano de 2019 se inicia com boas perspectivas. A expectativa é de que o setor automobilístico apresente alta de 11,4%, sendo que esse otimismo deve-se principalmente, dentre outros fatores, à queda do desemprego e da inflação. Tais fatores contribuem para atrair os consumidores a comprarem um novo veículo. Além disso, o financiamento pode ser facilitado por parte dos bancos em 2019, visto que o mercado de empréstimos e financiamentos apresentaram seu melhor desempenho em cinco anos, segundo economistas do Banco Central.
Por fim, vale ressaltar que o mês de dezembro foi considerado positivo pela Anfavea, visto que 234,5 mil veículos foram licenciados, alta de 1,6% em relação a novembro de 2018. Dessa forma, as projeções da associação seguem não só com a alta de 11,4% de licenciamentos já mencionada, mas também de aumento de 9,0% no total de veículos produzidos, reforçando a perspectiva de crescimento de um dos setores mais importantes para o desempenho e
crescimento da economia brasileira.