Ícone do site Tribuna de Minas

O comércio entre todos pode ser bom para todos

PUBLICIDADE

O desenvolvimento de uma economia também pode vir do comércio internacional, ou seja, importações e exportações. Buscando medir a importância do comércio exterior, o Indicador de Atividade Econômica Municipal (IAEM), da Faculdade de Economia da UFJF, inclui na sua análise o Índice de Abertura Externa (IAE).

De acordo com os resultados mais recentes do IAEM, referentes a julho de 2016, na Zona da Mata Mineira, os municípios de Juiz de Fora, Viçosa, Matipó, Santos Dumont e Manhuaçu se destacaram em relação à abertura econômica. Segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), no mês de julho de 2016, Juiz de Fora concentrou 39,1% das exportações da Zona da Mata, seguida por Matipó e Santos Dumont, com cerca de 15%, e Manhuaçu, com 6,1%. Os maiores importadores são Juiz de Fora, com 81,4% dos bens importados, Manhuaçu, com 8,3%, e Viçosa, com 2,4%.

Segundo o MDIC, os principais destinos das exportações de Juiz de Fora são Argentina (68%), com exportações de caminhões de carga e zinco bruto, África do Sul (6,6%), com exportações de zinco bruto, Estados Unidos (5,6%), com exportações de instrumentos médicos, Espanha (4,7%), com exportações de instrumentos médicos, e Peru (4,0%), com exportações de ferro fundido e obras de asfalto. Já os produtos importados têm como origem, principalmente, Peru (31%), com importações de minério de zinco; Argentina (26%), com importações de polímeros de etileno, automóveis e caminhões; Alemanha (14%), com importações de peças e carrocerias para veículos; e Estados Unidos (11%), com importações de polímeros de etileno e instrumentos médicos.

PUBLICIDADE

Esses dados revelam que o comércio juiz-forano é concentrado em poucos países e produtos. Essa situação também ocorre para os demais municípios. Manhuaçu e Matipó, por exemplo, concentram quase toda a sua atividade de exportação e de importação na produção do café. Santos Dumont, por sua vez, apresenta sua pauta de comércio internacional voltada para exportação de hidrogênio para Estados Unidos (54%) e Reino Unido (46%) e importações de cimento refratário (66%) e produtos químicos (44%). Viçosa, via UFV, tem sua ligação com o comércio exterior principalmente por meio das importações, com destaque para produtos como peixes e crustáceos (74%), instrumentos e aparelhos para análises físicas ou químicas, compostos orgânicos da indústria química, reagentes de laboratório e produtos plásticos (17%) e aparelhos e instrumentos ópticos e médico-cirúrgicos (1,6%).

PUBLICIDADE

A pouca diversificação da pauta do comércio internacional dos municípios da Zona da Mata e as poucas opções de parceiros comerciais é uma vulnerabilidade dessa região. Por outro lado, essa pauta comercial reduzida mostra uma tendência de especialização produtiva da região, que pode gerar ganhos de escala e compensar a baixa variabilidade dos produtos comercializados. Por qualquer ângulo que se analise, uma maior inserção internacional traria benefícios para a Zona da Mata mineira, em termos de estímulo para o crescimento econômico. Faz-se necessário, portanto, despender esforços capazes de criar condições para que novos padrões de especialização produtiva surjam, elevando o nível de competitividade da região.

Por Joyce A. Guimarães, Leandro V. Pereira, Ramon G. Cunha, Inácio F. Araújo Junior, Fernando S. Perobelli _ email para: cmc@ufjf.edu.br

PUBLICIDADE
Sair da versão mobile