O Coronavírus e as consequências de sua proliferação estão impactando diretamente a rotina da população mundial, e com o mercado financeiro não seria diferente. Entre os impactos econômicos da pandemia podem ser citados a redução drástica do preço do petróleo no mercado mundial, os consecutivos cortes na taxa de juros americana e, no Brasil, a constante alta do dólar. Apenas no mês de março a bolsa de valores brasileira enfrentou diversos dias de baixa, chegando a acionar por diversas vezes o chamado circuit breaker, um mecanismo utilizado pela Bolsa que interrompe as negociações por um período de tempo para tentar controlar a euforia do mercado.
É normal que esse cenário regado a incertezas assuste. Muitos investidores, principalmente os recém chegados à renda variável, não sabem muito bem como se portar diante das crises. Vindo de um momento de alta no mercado acionário, as seguidas baixas colocam a prova quem possui aplicações financeiras. O investidor preparado, com uma carteira bem diversificada e focada no longo prazo, com uma reserva de emergência bem estruturada pode dormir em paz financeira enquanto os especuladores, preocupados com o curto prazo e sem uma estratégia bem definida de investimento será tomado por um grande prejuízo nestes momentos.
No ano de 2008, também ano de crise internacional, o Ibovespa chegou a se desvalorizar 41,22% em relação ao ano anterior, indo de 63.886 pontos para 37.550. Em 2019, o índice fechou o ano com 115.645,34 pontos. Ou seja: depois da crise, houve uma valorização de 308%. Momentos de queda existem e são sim preocupantes, porém é muito importante ser resiliente nestes tempos, pois são neles em que também existem os maiores potenciais de alta para o investidor consciente e realmente focado no longo prazo.
A diversificação da carteira também é imprescindível nestes momentos. É a melhor forma de se precaver para momentos de queda, amenizando este impacto para o investidor. Não ter todos os ovos em uma mesma cesta impede que todos se quebrem em um tropeço, e nos investimentos não é diferente.
Para isso, é importante conhecer bem aquilo em que se investe (há cada vez mais opções no mercado) e também conhecer o próprio perfil de investidor, para não tomar um risco desnecessário ou desconfortável para aquele momento. Quem observa essas regras básicas pode extrair os pontos positivos da queda dos preços e não adotar atitudes irracionais frente à queda do mercado.