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Petrobras, ainda motivo de orgulho nacional?

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O início do ano de 2015 brindou os consumidores com uma reversão no preço do barril de petróleo, cotado a patamares inferiores a US$ 50 (contra US$90-US$100 em meados de 2014).A queda foi a pior observada desde a crise de 2008 e decorre das disputas entre os grandes produtores mundiais pelo controle de mercado. Nessa disputa estão, de um lado, a alta produção do shaleoil, óleo de xisto nos EUA, cuja exploração tem um custo elevado; do outro, a Opep, com sua política de manutenção dos níveis de produção em cerca de 30 milhões de barris/dia, no intuito de pressionar (em termos de marketshare) os produtos americanos. Como consequência, observou-se oferta elevada num cenário de demanda reprimida, gerando a queda abrupta no preço do óleo no mercado mundial.

De acordo com o relatório mensal da Agência Internacional de Energia (AIE), “a batalha está apenas começando”, com a Opep não apresentando sintomas de retração na produção em função do preço e produtores que se encontram fora do cartel aumentando em 200 mil barris diários a produção. A agência alerta que o mercado está em vias de saturação, com a produção global já superando a demanda em dois milhões de barris/dia.

Nesse campo de batalha, a Petrobras tenta sobreviver. Fundada em meio a uma campanha de independência econômica e grande visão estratégica, a empresa foi, por muitos anos e motivos, símbolo do orgulho nacional, com suas pesquisas de ponta na área energética, incentivos à cultura e ações voltadas à educação. Em 2013, enfrentando sérios problemas de ingerência num cenário setorial desfavorável, os brasileiros começaram a duvidar da força de sua maior empresa. Entretanto, a despeito da falta de visão de longo prazo de alguns de seus dirigentes, do alto endividamento e da queda na rentabilidade de alguns projetos, a parte operacional da companhia não sucumbiu. Ao contrário, desenvolveu novas estratégias gerenciais. Entre essas, destaca-se o novo cálculo de vazão-meta entre 15 e 25 mil barris/dia, sustentado pelo conceito de break even (ponto de vazão que iguala seus ganhos aos seus custos), e estudos de viabilidade da exploração do pré-sal, que continua a despeito da falta de fluxo de caixa para novos investimentos, com a produção atual chegando em 500 mil barris/dia. Devido a essas ações, em relação ao primeiro trimestre de 2014, a produção de petróleo cresceu 17% e, para o ano de 2015, espera-se um aumento de 52% nas exportações, de 230 mil barris/dia para 350 mil barris/dia.

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Em tempos de vacas magras e muito petróleo, as grandes petrolíferas mundiais registraram perdas no último mês ou pífio upside no valor de suas ações. Enquanto isso, após amargar uma queda de 37,57% no preço da ação preferencial em 2014, a Petrobras já registra rentabilidade de 40,32% no acumulado de 2015. É esperar a lavagem terminar para ver o que vai restar da maior empresa brasileira.

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Por Aline Barreto dos Santos, Adryse Lima, Idala Carolina
Email para: cmcjr.ufjf@gmail.com

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