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Construção civil: é hora de contratar?

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O anúncio de retração de 3,8% do PIB de 2015 aponta para uma queda quase generalizada da atividade econômica do país. Entre 2014 e 2015, enquanto que o volume de vendas do comércio varejista decresceu em 4,3%, a produção industrial retraiu 8,3%. Em razão da queda de atividade, a criação líquida de empregos formais apresentou a expressiva queda de 488% no final de 2015, o que representou menos 1,5 milhões de trabalhadores no mercado formal (acumulado de doze meses), como apontou o Ministério do Trabalho e Emprego. O rendimento médio já acumula uma variação negativa de 5,7% no mesmo período. Esses fatores contribuíram para a queda de 4% no consumo das famílias. Já as despesas da administração pública encolheram 1% no final de 2015.

Muitos se questionam até quando permanecerá esse cenário para a economia brasileira. Sem entrar no mérito da incerteza política do país, os próprios números do IBGE já fornecem algumas prováveis respostas. Vejamos o caso da construção civil. No acumulado de doze meses do ano de 2015, a produção de bens de capital sofreu uma queda de 25,5%. Especialmente a atividade de construção contraiu 7,6% em 2015, comportamento também observado nas vendas de material de construção (-8,4%). Como consequência, os investimentos das empresas apresentaram uma expressiva variação negativa de 14,1%, a maior entre os componentes da demanda final no período. Esse tombo provocou a redução da participação dos investimentos em relação ao PIB: de 20,1% em 2014 para 18,1% em 2015. Desde os anúncios dos programas de investimentos em infraestrutura em meados de 2005, o Governo Federal vislumbrava uma meta de 22% a 25% para esse indicador, bem superior ao valor registrado de 2015.

Uma sondagem da indústria da construção, realizada pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI), aponta que os empresários do setor ficaram bem pessimistas no final de 2015, com o índice de difusão para evolução da atividade passando de 36,2 para 33,3 pontos. O valor abaixo de 50 pontos indica uma expectativa de queda da atividade. A queda da renda das famílias e condições de crédito mais rígidas foram alguns fatores a influir nessas expectativas. Entretanto, em fevereiro de 2016, já houve uma leve melhora nas expectativas do setor (35,2 pontos). Pesquisas do FipeZap indicam que 58% dos compradores potenciais de imóveis esperam uma queda de preços dos imóveis em 2016. Essa expectativa impede que negócios sejam fechados imediatamente. Entretanto, já são pelo menos 18 meses de descontos concedidos pelas incorporadoras e esse processo não pode durar indefinidamente, pois o ciclo de produção de lançamentos mal-sucedidos simplesmente acaba. Para dar uma forcinha, em meados de março, a CEF anunciou o aumento do limite percentual de financiamento de usados de 50% para 70% do valor do imóvel.

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Considerando que há demanda não sumiu (população jovem se casando ou saindo de casa), que novos produtos imobiliários demoram para entrar no mercado e que o segmento da construção civil vive um momento de demanda pouco aquecida (o que significa mão de obra de qualidade, materiais e serviços por preços melhores), acreditamos que, para o consumidor que ainda tem espaço para contratar crédito ou renda disponível, é hora de operar o ‘vale’ desse mercado.

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