O setor automotivo é um dos mais importantes para a indústria nacional. Em 2019, sua participação no total do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro foi de 2,5% e de 20% no PIB da Indústria da Transformação. Além disso, o setor foi responsável pela geração de 1,2 milhões de empregos diretos e indiretos em 2020. É o que apontou o Anuário da Indústria Automobilística Brasileira 2023, divulgado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
No último dia 4, a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), entidade representativa do setor de distribuição de veículos no Brasil, emitiu o balanço dos emplacamentos registrados no primeiro trimestre do ano de 2023. A federação avaliou os registros de novos automóveis, veículos comerciais leves e motocicletas, movidos a combustíveis ou eletricidade, além de caminhões, ônibus, tratores e implementos rodoviários.
Devido à alta no volume diário de emplacamentos no mês de março, o primeiro trimestre de 2023 registrou aumento de 21% quando comparado ao mesmo período do ano passado. No total, foram registrados 878.827 novos veículos, em contraste com os 726.272 registrados no mesmo trimestre de 2022. A categoria que demonstrou maior expansão em relação ao primeiro trimestre do ano anterior foi a de ônibus, que cresceu 78,4%. Isso pode ser interpretado como resultado de uma recuperação dos efeitos da pandemia, que atingiram severamente o setor. Os caminhões mantiveram-se praticamente estáveis, registrando crescimento de 2,62%. Já os automóveis e motocicletas cresceram 16,61% e 29,97%, respectivamente. A única categoria que registrou queda foi a de tratores e máquinas agrícolas (-15,9%).
Embora o resultado seja positivo, o setor ainda não atingiu os números vistos em 2019. O volume de emplacamentos de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus atingiu mais de 600 mil unidades no primeiro trimestre daquele ano, enquanto em 2023 o relatório registrou 472 mil novas unidades – uma queda de 21,3%.
As maiores dificuldades para que o setor atinja todo seu potencial e retorne aos seus níveis mais altos são o endividamento das famílias, aumento da inadimplência, alta de juros e seletividade da concessão de crédito por parte de instituições financeiras. Devido à incerteza da conjuntura nacional e economia global, a Fenabrave mantém sua projeção, realizada no início do ano, de um crescimento de 3,3% no agregado de novos veículos, estimando um total de 3.664.829 para 2023.
Os dados coletados demonstram melhora nos níveis de novos emplacamentos de veículos em relação à 2022. Entretanto, é necessário manter certa cautela. Isso porque o país está lentamente se reerguendo das dificuldades econômicas enfrentadas nos últimos anos e ainda irá precisar de tempo para retornar aos bons índices já atingidos.