Os investimentos vêm se tornando cada vez mais populares. Não por acaso, nos últimos anos foi possível ver uma grande multiplicação dos canais sobre educação financeira ou sobre investimentos no YouTube e em redes sociais. Porém, na hora de colocar a mão na massa e investir o próprio dinheiro, muita gente ainda fica em dúvida por onde começar. Primeiro, importante dizer, é necessário ter um objetivo. Se não há vento favorável para quem não sabe aonde ir, pior ainda é fazer o sacrifício de trocar consumo imediato, aquele que dará um prazer instantâneo, pelo sonho distante.
Definido o objetivo, o ‘para que’ e o prazo desejado para vê-lo concretizado, será muito mais eficaz selecionar o investimento adequado a esse objetivo.
Antes de pensar em sonhos, entretanto, é importante garantir a segurança do feijão com arroz. Para os ‘previstos’ nossos do dia-a-dia, o mais indicado é começar com os investimentos de curto prazo, ideais para a reserva de emergência adequada ao padrão de vida básico de cada um. Mesmo não sendo o investimento que proporciona a maior rentabilidade no longo prazo, eles proporcionam a tranquilidade da liquidez sem percalços necessária às contas do mês e do ano seguinte e servem de primeiro degrau para que o investidor faça seus investimentos de médio e longo prazos sem perder o sono. Na categoria ‘curto prazo’, enquadram-se os investimentos atrelados ao CDI, como o Tesouro Selic.
O segundo degrau são os investimentos de médio prazo, indicados para um prazo de até cinco anos, como uma viagem, a troca do carro, ou qualquer outro sonho de consumo. Os investimentos que se encaixam nessa categoria ainda são de renda fixa, mas atrelados principalmente à inflação e proporcionando uma rentabilidade melhor do que a dos investimentos de curto prazo. Nessa categoria, já se admite alguma oscilação na rentabilidade de curto prazo, que deverá ser corrigida em alguns meses. Por isso, essa categoria de investimento não é indicada para a reserva de emergência e sim para os sonhos diletos de médio prazo cada um.
Por último, vêm os investimentos de longo prazo, os principais responsáveis pela acumulação de patrimônio durante a vida e a aposentadoria a qualquer tempo que se queira. Nessa categoria, está o investimento em ações e Fundos de Investimento Imobiliário, atrelados a empresas e imóveis e diretamente relacionados ao crescimento de longo prazo da economia.
Vale lembrar que esses são os investimentos mais voláteis, ou seja, podem ficar alguns anos em patamares negativos, mas voltam a se recuperar quando bem geridos. Por isso, são aconselhados para o longo prazo (pelo menos 5 anos) e com assessoria qualificada. Para se ter uma ideia do poder desses investimentos, eles costumam render 16% ao ano contra 6% dos de curto prazo. Numa aplicação de R$ 100 mil, a diferença na rentabilidade de 10 anos para ambos é de 260 mil (440 mil no de longo, contra 180 mil no de curto).
Em resumo, quando se trata de investimentos, o melhor mesmo é respeitar o ‘indivíduo’ ao invés de tratar todo investidor como uma peça padrão numa linha de produção do século passado. O planejamento do investidor é único e precisa ser considerado e bem executado para que seus sonhos não paguem o prejuízo.
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