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Trem de Minas, partindo para o mundo?

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A expansão para novos mercados é o que alimenta os negócios, gera renda, crescimento e bem estar na economia. Essa expansão pode ocorrer internamente, mas também em mercados externos às regiões. No mercado internacional, entretanto, a competição é mais intensa e as firmas devem estar mais bem preparadas para ofertar seus bens. A avaliação da competitividade de uma região no comércio internacional pode ser feita por meio de indicadores de vantagem competitiva e pontos fortes no comércio, por exemplo. Quanto maior o número de pontos fortes de comércio em uma determinada região, maior é a probabilidade de inserção dela no mercado mundial. Nosso objetivo, nesta coluna, é verificar os potenciais participantes da Zona da Mata e Campo das Vertentes no comércio internacional.

O que verificamos ao longo dos últimos anos nas duas regiões é uma perda de competitividade no comércio internacional.Para a grande maioria das microrregiões pertencentes à Zona da Mata e Vertentes, o que se verifica é uma diminuição do número de setores que podem ser classificados como fortes no comércio.Atrelado a isso está o fato de que os bens exportadospor essas regiões são, em sua maioria, de baixo valor agregado, uma situação preocupante, pois esses são também bens de menor competitividade e, portanto, mais vulneráveis à competição.

Além disso, algumas microrregiões pertencentes a Zona da Mata e Vertentes têm uma estrutura de comércio bastante especializada, com pauta de exportações muito concentrada em determinados produtos. Tal concentração gera, por um lado, um ambiente propício para o desenvolvimento desua produção e de setores relacionados e, ao mesmo tempo,dependência de resultados a esses setores e vulnerabilidade em relação às instabilidades do mercado mundial.Esse é o caso da microrregião de Ubá, cuja posição depolo moveleiro é evidente, com produtos de exportação fortemente interligados e dependentes do comportamento do setor.Outro exemplo, Manhuaçu, se destaca pela produção do café, chá, mate e especiarias, com forte especialização e concentração, estando sujeito às variações de preço desses itens no mercado internacional.Por outro lado, a microrregião de Lavras não apresentou nenhum produto classificado como forte no comércio internacional durante os anos de 1997 a 2013, ao passo que Juiz de Fora firmou-se como uma região bem diversificada, exportando bens de elevado valor agregado, como veículos automotores.

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Os exemplos mostram o quanto as microrregiões pertencentes à Zona da Mata e Campo das Vertentes estão perdendo competitividade em relação ao mercado externo, indicando uma fragilidade em termos de crescimento voltado para o mercado internacional. É preciso pensar numa diversificação da pauta de exportações, bem como adoção de políticas que garantam a competitividade dos produtos não só no mercado interno, mas também internacionalmente.Não se pode esquecer que a produção voltada à exportação é importante na determinação do nível de emprego e renda das regiões, de forma que, persistindo essa situação, agravam-se as desigualdades regionais.Uma solução é pensar nas regiões menos internacionalizadas atuando como fornecedoras de insumos para aquelas cujos produtos têm maior inserção internacional. Se os municípios da região fossem dispostos como um trem, as locomotivas seriam as microrregiões que com pontos fortes no comércio internacional, como Juiz de Fora, Ubá e Manhuaçu, e osvagões seriam as demais regiões. Como se pode ver, o importante, não só para a avaliação de comércio internacional, mas para outras avaliações, é a promoção da integração produtiva da região. Encadeamento produtivo é combustível capaz de levar o trem de Minas para o mundo.

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Por Fernando Perobelli, Vinícius Vale, Verônica Cardoso, GracieleFaciroli, Lara Leite, Naiara Santos e Matheus Pires

CMC Jr. – Faculdade de Economia/UFJF

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email para: cmcjr.ufjf@gmail.com

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