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Vamos às compras? Não necessariamente da mesma maneira

Conjuntura e mercadosi face
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Já é praticamente um clichê dizer que o coronavírus impôs um novo ritmo, ou dinâmica, para a economia brasileira. Além de todos os riscos físicos, emocionais e financeiros associados à pandemia, o momento também impõe mudanças de hábitos, rotinas e comportamentos conforme a doença avança. Nessa toada, os consumidores vêm apresentando mudanças nas preferências associadas às compras, em que até mesmo o termo “ir às compras” mudou sua acepção, já que é crescente o interesse dos consumidores pelo comércio eletrônico.

Os dados da pesquisa de comércio eletrônico de produtos e serviços durante a pandemia (01/03/2020 até 09/05/2020) da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABCOMM) em parceria com a Konduto indicam um crescimento acumulado de cerca de 40% do e-commerce em abril. A pesquisa também revela o comportamento dos consumidores conforme a variação de pedidos quinzena a quinzena no período da pesquisa.
Os artigos esportivos, por exemplo, tiveram um aumento de 211,95% na média de pedidos diários na segunda quinzena; já os pedidos da categoria supermercado cresceram 270,16% na segunda quinzena e não pararam nas posteriores, sendo que os consumidores gastaram em média R$ 246,33 no período mais recente (de 26/04 até 09/05).

No que diz respeito aos pedidos de serviços durante a pandemia, a pesquisa abrangeu três quinzenas (de 01/03/2020 até 11/04/2020). O ticket médio da categoria dos aplicativos de entrega, que cada vez mais crescem em popularidade, saltou de R$ 57,27 na segunda quinzena para R$ 70,72 na terceira. Outra categoria que apresentou crescimento foi a de cursos on-line (como videoaulas e ensino à distância), apresentando variações de 15,45% e 24,40% na média de pedidos diários na segunda e terceira quinzenas, o que correspondeu a um gasto médio de R$1.753,72 nesse último período.

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Contudo, nem todas as categorias do comércio eletrônico apresentam a mesma bonança. Os resultados negativos dos pedidos de passagens aéreas, passagens rodoviárias e hospedagens, ou seja, atividades presenciais e que tendem a causar aglomerações de pessoas, indicam a dificuldade desses setores em atravessar a crise. De onde se conclui que a máxima ‘chorar ou vender lenços’ opera também nesse momento ímpar. Reposicionamento, de consumidores e empresários, é o legado que ele irá deixar – sem dúvida.

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