Em junho de 2017, as companhias aéreas conseguiram o direito de cobrar pelo despacho de mala. Dentre os argumentos para essa prática estavam a possibilidade de diferenciar os serviços por perfil de passageiro. A expectativa dos usuários era que aqueles que não utilizavam o serviço passassem a pagar menos pela passagem. Porém, as expectativas não foram correspondidas e todos continuaram desembolsando o valor total das passagens. Os usuários que levam bagagens, ou até mesmo aqueles que preferem marcar acentos, acabam pagando um adicional pelo serviço.
O ano de 2017, quando foi feito o anúncio da nova prática, fechou com um aumento de 22,3% no valor das passagens aéreas. Como se já não bastasse, 2018 registrou 16,9% de elevação, sendo o segundo ano consecutivo de forte alta, segundo dados do IBGE. A Associação Brasileira das Empresas Aéreas, órgão que representa o setor, alega que o aumento das passagens em 2018 ocorreu devido ao aumento de custos, tanto de querosene de aviação (37,5%) quanto do dólar (17%), fatores que pesam na conta de empresas que possuem boa parte de seus custos associados a ele. O reajuste registrado pelo IBGE vai ao encontro de um estudo realizado pelo departamento de Finanças do Insper, que averiguou o reajuste através do repasse de custos também em torno dos 17%.
Quando da cobrança separada de tarifas pelos serviços prestados pelas companhias, certas empresas no setor chegaram a realizar reajustes de até 100% durante o ano de 2018. Tal fato eleva a desconfiança dos consumidores em relação ao tamanho do reajuste, sendo que órgãos de fiscalização e de defesa do consumidor já promoveram processos alegando tarifas abusivas.
Para 2019, a expectativa, segundo o relatório Global Travel Forecast, é de que ocorra uma redução de 3,1% nos preços das passagens aéreas, tendência que é baseada no acordo de céus abertos fechado pelo Brasil junto aos Estados Unidos, que retira as limitações de oferta de voos entre os dois países. O comportamento dos preços poderá depender não só de fatores como demanda por voos e custos operacionais, mas também das agências reguladoras, que buscam desestimular a prática de preços abusivos nas tarifas e passagens.