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Mercado de trabalho na microrregião de Juiz de Fora: menos oportunidades

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Nos últimos meses, a economia brasileira tem apresentado forte desaceleração. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção da indústria no país teve queda de 1,3% em setembro de 2015 frente ao mesmo mês do ano anterior. Esse desempenho é o pior resultado mensal dos últimos seis anos. Enquanto isso, o mercado de trabalho tem sido um reflexo da economia. A taxa de desemprego chegou a 8,9% no terceiro trimestre do ano, maior valor desde 2012.

A microrregião de Juiz de Fora também passa por redução no nível da sua atividade econômica. Segundo dados registrados no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), essa microrregião fechou 4317 postos formais de emprego de setembro 2014 a setembro 2015. Esse é o resultado do saldo da movimentação de 81464 admissões e 85781 desligamentos de empregados. No entanto, esse processo de desaceleração do emprego tem apresentado efeitos variados no mercado de trabalho.

Em relação ao nível de escolaridade, os profissionais com ensino superior, que representam 19% da força de trabalho na microrregião de Juiz de Fora, foi a única faixa de escolaridade a apresentar saldo positivo na criação de empregos formais no período. Cabe destacar que o grupo de profissionais com escolaridade média teve a maior perda.

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Em relação ao nível salarial, o grupo de profissionais com remunerações na faixa de um e meio a quatro salários mínimos apresentou a menor perda dos postos de trabalho. Esse grupo representa 37% dos empregados na microrregião. O maior número de fechamento de empregos com carteira assinada (1158 vagas) foi observado no grupo com remuneração de até um salário mínimo e meio, que somam em torno de 48% da força de trabalho.

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O setor da construção civil, apesar de possuir saldo acumulado de 1491 fechamentos de postos de trabalho no último ano, registrou sinais de pequena recuperação, com abertura de 13 postos de trabalho com carteira assinada em setembro de 2015. Já na indústria de transformação, setor com maior perda, foram fechadas 1494 vagas (35% do total de perda de emprego formal na microrregião). Apesar da forte retração da indústria, as atividades de serviços, que empregam cerca de 54% dos trabalhadores formais na microrregião de Juiz de Fora, apresentou o menor número de fechamento de posto de trabalho ao longo do último ano.

Os cenários traçados com previsões do comportamento da economia para os próximos meses não são os mais favoráveis. Há evidências de que, no curto e no médio prazo, a perda dos empregos formais não seja alterada. E, como consequência do aumento da taxa de desemprego, deve voltar a crescer a informalidade no mercado de trabalho. Com a proximidade das eleições municipais, há o risco de não haver mudança de rota na condução da política econômica na região. Como ficamos? Com menos oportunidades e menos crescimento regional.

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Fernando S. Perobelli, Inácio F. Araújo Junior e Adryse V. Lima. E-mail: cmcjr.ufjf@gmail.com

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