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Paraibuna das águas escuras

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FALA QUEM SABE

Paraibuna das águas escuras

Vanderlei Tomaz

Quem passa pela Avenida Brasil pode ver, acompanhando o seu traçado, o rio sonolento que caminha devagar e trôpego. Parece estar doente com suas águas de cor indecifrável. Aquele curso d’água, no século XVIII, foi chamado pelos primitivos habitantes da região – os índios da família dos Coroados – de “para-y-una”, que quer dizer: rio das águas escuras. Mas, a tal “água escura” nada mais era do que a revelação de sua então cor barrenta. Os viajantes também o chamavam de “rio barro”.

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Daquele tempo pra cá muita coisa mudou. O rio que vinha das bandas de Antônio Carlos, se encorpando no caminho, acabou por dar um tempo na barragem em Chapéu D’Uvas. Dali, já não seguia por calhas estreitas e curvilíneas. Foi alargado e retificado em boa parte de seu trajeto. E sua água deixou de ser barrenta. Agora, revela uma cor que paira entre o roxo e o preto, entre o marrom e o marinho, entre o musgo e o chumbo…

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Afinal, qual é a cor do Rio Paraibuna? Nele se misturam todas as tonalidades do escuro em todas as variações do veneno. Só não se veem ali o azul do céu juiz-forano, o laranja, o pardo e o verde refletindo a mata do Krambeck, engolidos que foram pelo esgoto das residências e o rejeito que vaza das indústrias.

Há muito tempo, o poeta (ou profeta) Murilo Mendes assim vaticinou: “Eu tenho uma pena do Rio Paraibuna!” A cidade também!

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(Vanderlei Tomaz é historiador, ex-vereador e leitor convidado)

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PAPO DE DOMINGO

Ivone Guimarães. Foto: Toninho Carvalho

Ivone Guimarães

Da feira livre à galeria, a paixão pela venda de livros

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Mineira da pequena Soledade de Minas, no Circuito das Águas, viúva, mãe de quatro filhos- Inahiá, Ziláh, Ioná e Alessandro- e avó de quatro netos, Ivone Guimarães comemora os 55 anos de criação da Banca do Vasco, que compra, troca e vende livros usados na Galeria Salzer.

Normalista da Escola Oswaldo Cruz, de Cruzeiro (SP) Ivone chegou a Juiz de Fora em 1960, acompanhando o marido que era representante farmacêutico. O casal, que antes morava em Belo Horizonte, veio a passeio e não deixou mais a cidade.

CR- Por que o nome Banca do Vasco?
Ivone- “Apesar de muitos acharem que tem a ver com o clube carioca Vasco da Gama, na verdade o nome vem do meu marido, Orlando de Oliveira Vasconcellos. Ele viajava muito e me falava das livrarias de usados, já naquela época muito comuns no Sul do País”.

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– Como foi o começo?
“Inicialmente, começamos vendendo livros na feira livre de domingo, usando para isso uma banquinha que todo mundo chamava de Banca do Vasco, justamente por causa do nome dele. Em 1962, mantivemos o nome e abrimos a loja na Galeria Salzer”.

– Quais suas lembranças da galeria?
“Eu me lembro que a galeria tinha apenas lojas, todas com portas de madeira, fazendo esquina com a Carmelo Sirimarco que, naquele tempo, era de terra e dava saída para o antigo INPS. Na Rio Branco, ainda passava o bondinho…” –

– Vender livros usados, é um bom negócio? Já foi melhor?
“Muito mais do que um negócio como tantos outros, a venda de livros é uma paixão”. Vender livros é paixão mais que negócio.

– Dos inúmeros livros que a senhora leu qual deles marcou mais? Por que?
“Gosto muito da leitura de um livro que me marcou. Foi “Minha vida de menina”, de Helena Morley”. Ele me faz lembrar muito da minha infância passada no interior”.

– Por que a expressão sebo? Ela ainda cabe nos dias de hoje?
“Antigamente as pessoas liam à luz de velas, lampiões e lamparinas, antes da luz elétrica.Com isso, os livros ficavam sujos, ensebados, como diziam. O jargão foi adotado durante muito tempo para os livros usados. Mas, hoje, o conceito de livro usado é muito diferente. Os livros são muito bem conservados, pois as pessoas zelam mais”.

– O que é melhor de negociar: livros didáticos ou literários?
“ Não existe uma diferença marcante. Todos os dois têm a sua
Importância”.

– Quem são os maiores clientes da banca? Jovens, idosos, estudantes?
“A Banca do Vasco tem uma clientela bastante eclética, tanto em termos culturais quanto à faixa de idade. Não há predominância desse ou daquele”.

– E as revistas, como é o mercado delas no momento? Quais são mais procuradas?
“ O mercado é razoável. Em geral, as mais procuradas são as que trazem noticiário, atualidades em geral, fofocas e infantis.”

– Qual a maior dificuldade para se vender livro usado nos dias de hoje?
“A dificuldade é a mesma de outros setores do comércio: a crise pela qual o país atravessa”.

Ping Pong

Religião – Católica

Um Sonho – já realizei todos

Um medo – assalto

O que não tolera – mentira

Ator – Tarcísio Meira

Atriz – Yoná Magalhães

Estilo musical- romântico

Momento pessoal – nascimento dos meus filhos

Prato preferido – feijoada

Escritor – Jorge Amado

Escritora – Clarice Lispector

Cantor – Nelson Gonçalves

Cantora – Maysa

Maior alegria – Quando comprei minha casa

O que te dá prazer – trabalho

O que é mais desagradável- pessoas mal educadas

Como é a JF de seus sonhos- Como ela é – uma cidade que me acolheu de braços abertos.

Sua virtude favorita – ser útil às pessoas

Sua ideia de felicidade – União na família

Livro essencial – A Bíblia

Uma frase marcante – “Sucesso é conseguir o que você quer. Felicidade é conquistar o que você precisa.” R. Shinyashiki

FLASH BACK

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Maria e Wilson Coury Jabour com o neto Gabriel em 2001

NEGÓCIOS DE PRIMEIRA

Sucesso no Bom Pastor
A Raya Engenharia agita o mercado imobiliário, neste final de semana, com o lançamento do edifício “Evidence”, pronto para morar no Bom Pastor. Com um projeto diferenciado e de apurado bom gosto, os apês (com duas suítes) surpreendem pelo alto padrão de construção e equipamentos incluídos, como fogão (tipo cooktop) e coiffa, iluminação de ‘led’ em todos os ambientes, além de portaria e espaço gourmet já mobiliados. À frente do empreendimento, Maurício Weiss de Paula e Romir Soares de Souza Filho, diretores da Raya.

Conta nova
Pilotada por Larissa Vizeu, a agência Cubo Comunicação acaba de conquistar a conta da charmosa brigaderia Rellicário, em São Mateus.

 

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