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Fala Quem Sabe: Acende a fogueira do meu coração

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Fala Quem Sabe

Acende a fogueira do meu coração

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Com origens que se perdem nas brumas no tempo, chegou o tempo das festas juninas. Ainda que venham as comemorações julinas, agostinas ou setembrinas, sempre lembradas pela saudosa radialista Helena Bittencourt, junho explode com as bênçãos dos santos Antônio (13/06), João (24/06) e Pedro (29/06). Mesmo para os que não professam a fé católica, é inegável a atmosfera mágica das festividades. Se experiências cada vez mais inebriantes se desdobram e seduzem no universo digital, ali também o espírito junino se faz presente. Quem ainda não se deparou com um meme abordando, com duplo sentido, o tradicional quentão?

Com traje adequado ou não, o importante é dançar a quadrilha e, por alguns momentos, mergulhar no universo inocente dos jecas. Se os sanfoneiros-raiz estão cada vez mais difíceis de serem encontrados e poucos são os que se interessam pelo acordeão, a trilha sonora das festas juninas pode ser inusitada, salvo o sagrado momento da quadrilha, ainda que reproduzida através de celular. Ufa!!!

Pelo país, as festas juninas adquirem cores, ritmos e sabores variados. Infelizmente, tenho a impressão de que elas estão ficando cada vez mais aceleradas, quase uma espécie de forró (ainda que não tenhamos nada contra esse ritmo), mas com o caráter lúdico ainda preservado. Por aqui, o frio confere aos festejos de junho um charme todo especial, embora a criançada possa bater queixo, já que os agasalhos não combinam muito com o traje dos jecas. O que combina mesmo são as barraquinhas e seus jogos pueris. Afinal, quem resiste a levar umas bugigangas pra casa? Prêmios muitas vezes suados!

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Democraticamente, as festas juninas seduzem dos mais aos menos abastados. Seriam os sabores dos pratos típicos deste período, a delícia do encontro presencial, cada vez mais em baixa, ou a sensação da inocência infantil que marcou os nossos primeiros anos na escola, com pai, mãe e irmãos bem pertinhos, prontos para nos resgatar de um par mal-humorado ou com o qual não rolou o clima necessário para pular a fogueira? Festa junina tem sabor de família.

E o que não pode faltar para o sucesso de uma festa junina? A fogueira. Se desde tempos imemoriais os homens se reuniam ao redor do fogo para se protegerem, se aquecerem e se alimentarem, as fogueiras de junho são muito mais do que parecem. Têm o condão de reacender emoções e afetos que a gente pensava não estarem mais por aqui, dentro do coração.

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(Flávio Lins é jornalista, diretor do Forum da Cultura e leitor convidado)

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