Fala Quem Sabe
Poesia
“O que é o tempo, então? Se ninguém me perguntar, eu sei; mas, se quiser explicar a alguém que me pergunte, não sei”, revelou Santo Agostinho nas ‘Confissões’. Mais de mil e quinhentos anos depois do registro feito pelo grande bispo de Hipona, o escritor argentino Jorge Luis Borges declarou: “Sinto o mesmo em relação à poesia”. Em suma: não apenas Borges, mas todos aqueles que se aventuram no universo poético – os próprios poetas, inclusive – partilham da mesma (in)certeza. Afinal de contas, nessa área como em muitas outras, o excesso de convicção será sempre o apanágio dos tolos. Por quê?
Porque tudo o que é humano nos transcende. Destaco sempre esta divisa nos meus cursos e palestras voltados para a interpretação do texto poético. C. S. Lewis escreveu: “Só quem não se importa com a realidade pode se dar ao luxo de ser simplista”. Pois é. Nem sempre a poesia abre mão de determinados graus de complexidade. Mas a própria vida – matriz de todas as musas – é extremamente complexa também. Desde a Antiguidade, muitos poemas mergulham fundo nos paradoxos e nas infindáveis limitações da nossa existência, com diferentes níveis de abordagem. Cabe ao leitor, portanto, a grandeza da escolha.
Por meio da experiência poética assumimos o papel de outras personas, somos outros. Esta entrega a novas vozes e vivências nos conduz ao conhecimento crítico da nossa própria identidade. Eis aí a grande força humanizadora da poesia, que exige sempre um leitor ativo, capaz de preencher as lacunas de cada verso com a sua cultura e a sua visão de mundo. No Dia Nacional da Poesia, não por acaso celebrado na data de nascimento de Carlos Drummond de Andrade, façamos então uma homenagem à imprescindível presença do leitor, tão rara e tão cara nestes tristes tempos de distopias e de pandemias mil.
(Iacyr Anderson Freitas é mestre em Letras, autor de 30 livros tendo sua obra divulgada em outros países e leitor convidado)
ELES ACONTECEM
Carrões e a técnica do ‘detailing’
Com formação profissional na Alemanha e Espanha, Pablo Neves faz sucesso no mercado automotivo com seu Estúdio Car Detalhamento, no Tiguera. Ele utiliza o ‘detailing’, uma técnica internacional que deixa o carro com aspecto de zero km por aplicar produtos específicos e proteções nano cerâmicas para preservar o verniz do carro, rodas e couro.
Entre os vários nomes-notícia que já mandaram seus carrões para um detalhamento com Pablo estão Galvão Bueno (Camaro), o ex-craque e senador Romário (Hummer), o diretor global Boninho (Mustang GT) e o jogador de futsal do Barcelona, Léo Santana (Mercedes A-43 AMG).
