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Vida aos anos!

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O dia 26 de julho vem ganhando importância comercial, a cada ano que passa temos mais e mais peças publicitárias chamando a atenção para essa data. É o dia das avós, dia dos avôs. Dia que foi criado no calendário cristão para homenagear Santa Ana e São Joaquim, avós de Jesus Cristo. O que tem tudo a ver com a nossa sociedade, principalmente com as nossas famílias. Não são todas as pessoas idosas que têm essa situação parental/familiar de serem avós, até porque novos e outros arranjos familiares existem no nosso cotidiano, mas muitas delas são e estão sendo um pouco mais vistas, socialmente, porque vem crescendo o volume de vendas em presentes, mimos e lembrancinhas por conta desse dia. O que representa uma mudança de comportamento da sociedade para a valorização, respeito e amor a quem tanto fez e faz por todos nós. Comportamento que precisa alcançar também os nossos representantes políticos, prefeitos e prefeitas, governadores e governadoras, e o nosso presidente na definição de políticas públicas para melhorar as condições de vida da maioria das pessoas idosas do nosso país, nosso estado e nossas cidades.

O envelhecimento rápido da nossa população, como o da nossa cidade – temos, extraoficialmente, mais de 120 mil pessoas idosas -, traz mudanças significativas e também preocupantes na gestão dos nossos dias, do nosso ambiente familiar e comunitário. Será que a nossa cidade vem se preparando para essa realidade? Com a conquista da longevidade, o que significa dizer que já estamos vivendo mais e vamos viver mais ainda, o que é um desejo antigo de toda a humanidade, precisamos desfrutar melhor dessa nova condição de vida.

Ao lado dos inquestionáveis avanços tecnológicos moldando novas formas de convivência social, penso que é preciso promover os contatos intergeracionais para fortalecer os nossos laços humanos de afeto, respeito e amor entre crianças, jovens, adultos e pessoas idosas. A vivência da avosidade desperta e renova em mim uma sensação gostosa e muito viva de como é bom ter uma relação afetiva e amorosa com o pequeno Santiago. As relações familiares tradicionais e os novos achados de relacionamentos devem ser priorizados na capacidade de amar entre todas e todos que fazem parte dessa comunidade, pouco importa o DNA. Porque, infelizmente, os números dos casos de violência contra a vida humana acontecem no contexto da habitação do mesmo teto, ou seja, dentro de casa. Está faltando amor entre os mais próximos de nós, está faltando amor em nós mesmos, com certeza.

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Para além, da imperiosa necessidade de atenção e solidariedade com as pessoas idosas no contato diário, pessoal e familiar, no campo social e público, da convivência urbana, a cidade precisa oferecer a elas recursos suficientes para uma vida digna e cidadã: políticas públicas. Não adianta alguns setores da mídia fixarem somente na demonstração de algumas pessoas idosas dançando alegremente, como se, para muitas delas, não lhes faltasse o básico para um envelhecimento cidadão e ativo. Elas e eles precisam de reconhecimento social.

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Vamos viver muito, diante da revolução da longevidade em que estamos metidos. Mas, mais do que viver muito, o que de fato precisamos, o que é o nosso maior desafio, é viver melhor. O que isso significa? Significa ter, entre outras mudanças, de uma vez por todas, o fim das desumanas filas, faça chuva, faça sol, em dias de pagamentos dos benefícios previdenciários; dos atropelamentos no trânsito com óbitos, em muitos dos casos envolvendo pessoas idosas; dos crimes dos famigerados empréstimos consignados; de todo e qualquer tipo de violência contra as pessoas idosas.

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