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Turismo 60+: temos o que conhecer

Pitico Fernando Priamo
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O modo ou a maneira de como nós envelhecemos é muito singular e reproduz a construção de toda uma vida ao longo da nossa existência. Envelhecimentos são diferentes. Porque pessoas são diferentes. Porque somos diferentes. Nós temos a nossa história de vida e assim construímos a nossa matéria de velhice. Em linhas gerais, posso inferir que tal como nós vivemos, assim nós envelhecemos. O envelhecimento, de modo algum, está fora do nosso modo de viver. Essa é a ideia que eu desejo te apresentar logo de início, caro leitor e leitora.

Às vezes, parece que separamos, isolamos, a passagem do tempo daquilo que estamos fazendo da nossa vida. Como se entrássemos na velhice sem ter visto a vida. Penso que essa conjugação, essa aproximação tem que ser feita, o quanto antes, quanto mais cedo, melhor. E com a idade bem contada, é comum a gente não saber o que fazer com os nossos dias: como e com o que ocuparemos todo esse tempo que não temos mais com o nosso trabalho diário no emprego? Para onde ir e com quem ir?

Aí que entra uma boa e gostosa opção para qualificar essa ociosidade conquistada – ter tempo para si – fazer turismo, conhecer outras pessoas, lugares, culturas e outras expressões de vida. Nesse momento você pode me indagar: isso fica caro!

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Sim. Para aquelas pessoas idosas que têm recursos essa sugestão representa uma boa opção. Para as muitas pessoas idosas que não têm recursos suficientes podemos contar com as atrações turísticas existentes na cidade. Vamos buscar outras alternativas que não custem dinheiro. Viajar para dentro de nossa cidade. Conhecer JF. O apoio da gestão pública municipal é muito importante para incluir as pessoas idosas no itinerário de conhecer a cidade que, com certeza, muitas delas, ajudaram a construir. Sei de casos reais de pessoas idosas que trabalharam na antiga Fábrica Bernardo Mascarenhas, onde hoje está o Espaço Mascarenhas, e gostariam muito de voltar a esse lugar. A cidade é feita pelas pessoas. E deveria ser para as pessoas.

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Tomei conhecimento há pouco tempo de que para rever o seu trabalho de construtor de residências e de prédios, o engenheiro ou o arquiteto da vez, aluga um carro de aplicativo com o motorista, e faz sua rota de reconhecimento desses lugares que fazem parte da cidade, mas o seu autor é esquecido, como se a cidade não lhe pertencesse. É fundamental para a nossa saúde manter esse vínculo entre o criador e a criatura. Entre o cidadão idoso e a cidadã idosa porque eles e elas trazem o coração da cidade em suas vivas memórias. E todo esse potencial tem que estar a serviço da coletividade.

Talvez essa seja a grande função social das pessoas idosas: lembrar. Mas lembrar não no sentido de um tempo que foi assim-assado, o tempo que já foi; mas lembrar pertencendo ao tempo de hoje.

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A indústria do turismo atrai muita gente idosa para as suas propostas e atividades, e é a que mais cresce no mundo. Há quem diga que algumas pessoas idosas apresentam duas condições básicas invejáveis para todos nós: tempo e dinheiro. De ter tempo, até que atingem a muitos idosos. Agora, de dinheiro, ainda são muito poucos.

Aposto na valorização de nossas riquezas turísticas. E são muitas. Voltando à gestão pública, desejo que em seu planejamento coloque as pessoas idosas para dentro da cidade. Que as pessoas idosas possam sair de suas casas e sejam estimuladas para reconhecerem a cidade que ajudaram a construir.

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