Precisamos de cuidados em todas as fases da nossa vida, do nascimento à morte. As fragilidades, as inseguranças, os medos nos acompanham a vida toda. É assim quando somos crianças, jovens, adultos e pessoas idosas. Nessa caminhada pelos ciclos naturais da vida, passamos de uma forma muito rápida. E na maioria dos casos, das nossas vivências, vamos para a frente nos dias sem nenhuma preparação. Sem nenhum planejamento. Quando nos damos conta, estamos velhos.
É nesse período, o do envelhecimento, que culturalmente, a sociedade, com o senso comum, entende, de uma forma equivocada e preconceituosa, que a dependência, a falta de autonomia, a solidão, o mal humor são típicos de quem passou dos 60 anos. Como se não houvesse lugar e espaço para uma vida ativa, feliz e muito produtiva para aquelas e aqueles que estão mais perto da porta do tempo. Ledo engano. Somos todos nós, frágeis e dependentes, em todas as nossas idades diante dos mistérios e labirintos da vida. Sem os cuidados de familiares: pais, avós, tias e tios e, em muitos casos, de vizinhos e vizinhas, amigas e amigos, não sobreviveríamos. Como precisamos de cuidar de nós mesmos, cuidar uns dos outros. Cuidar da nossa cidade. Do nosso país. Do nosso planeta. Cuidar é a palavra de ordem do século XXI.
Em relação ao cuidado dispensado às pessoas idosas, na minha opinião, é preciso dizer que estamos, como país, muito longe de ter essa realidade. Precisamos cuidar e amar quem nos deu a vida. Precisamos resgatar uma dívida social e pública com quem construiu essa cidade, esse país, as nossas famílias e a nós mesmos. É uma mudança educacional que o país tem que realizar, de uma forma urgente, por conta do acelerado processo de envelhecimento de nossa população.
Não é por falta de leis que somos atrasados na civilidade e respeito à população idosa. É por falta de sensibilidade e de vontade política de muitos gestores públicos. Homens e mulheres que, em sua maioria, do ponto de vista da idade, estão situado/as na faixa etária de pessoas idosas, acima dos 60 anos. Mas, com o exercício do poder, na maioria dos casos, essa condição o/as afastam da realidade humana, de se reconhecerem como pessoas idosas.
Inexistindo uma cultura pública e política de apoio e estímulo oficial para o planejamento de nosso envelhecimento, vivemos ao “deus-dará”. O envelhecimento tem que ser visto e entendido por todos nós como sendo e é uma questão pública, assim como, as outras etapas do nosso desenvolvimento humano. O mundo envelheceu. O Brasil está entre os países que apresentam um grande contingente de pessoas idosas numa velocidade estrondosa, é só consultar os dados publicados recentemente pelo último censo para perceber essa nova configuração etária no nosso país.
Em contrapartida, chega a pergunta que não quer calar: que ações políticas estão sendo executadas para o enfrentamento dos desafios que o envelhecimento da nossa população traz para o país e para as nossas cidades? Quais são as respostas de Juiz de Fpra? A condução do Poder Público Municipal nesse movimento é imprescindível para que a cidade participe ativamente, e principalmente,que a sua população idosa não fique de fora desse nova arquitetura social, política e econômica, de um futuro melhor para todos nós.