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É só aguardar!

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O atendimento às pessoas tanto no ambiente público quanto no privado requer de todos nós atenção, empatia e conhecimento sobre a realidade de quem e para quem realizamos o serviço. No meu caso, como Assistente Social, e de tantos e tantas colegas que atendem pessoas idosas na cidade, entre outras atribuições, nossa categoria profissional tem as seguintes competências: orientações pessoais e/ou familiares, encaminhamentos, acolhimentos das mais variadas ordens e naturezas, entrevistas, abordagens, visitas domiciliares. Instrumentos básicos de trabalho do nosso cotidiano profissional. Para o atendimento às Pessoas Idosas, entendo que carecemos desses elementos que citei acima: atenção, empatia e conhecimento. Culturalmente, nosso traço forte é não dar atenção às necessidades, interesses e desejos dos idosos, o que vezes acontece dentro de casa – numa educação em que os integrantes da organização familiar não reconhecem o quanto esse familiar, hoje idoso, fez por todas as pessoas da casa. Nossa atenção ainda é muito deficiente e bem míope em relação à importância das pessoas idosas em nossas famílias.

Sobre a empatia, habilidade social tão falada e muito pouca vivenciada – a de se colocar no lugar do outro – fica ainda mais difícil. Porque não temos em nós a experiência física e emocional que a idade traz. E geralmente quem trabalha com as pessoas idosas não são pessoas idosas. São profissionais mais jovens. Que de alma viva, não tem nada! São moças e rapazes que não olham, não falam, comunicam-se com os colegas do guichê ao lado e “esquecem” das pessoas que estão atendendo. Essas moças e rapazes que vivem numa sociedade em que o mercado de trabalho está orientado para as gerações mais jovens não têm em seus horizontes de vida e não são treinado/as para a certeza de que o envelhecimento chegará em suas vidas. Ao longo do meu percurso profissional de trabalho público na PJF com as pessoas idosas aprendi que não é pela idade que você consegue o respeito de alguém. É pelo comportamento e atitude diante das pessoas, tenham elas, qualquer idade. Quando comecei o trabalho gerontológico, eu tinha 28 anos. E se desse “bola” para a diferença de idade com o público que atendi, não teria passado por cima desse preconceito que algumas pessoas idosas tiveram comigo.

De um modo geral, conhecemos pouco. Estudamos pouco sobre o que é ser uma pessoa idosa. Então conhecer a realidade das pessoas idosas, como eu disse que é necessário, para um atendimento de qualidade no serviço público ou particular é um grande desafio para gestores e gerentes de serviços destinados a essa população. Caro leitor e leitora, peço a sua licença, para um pequeno parêntesis. É o seguinte. Enquanto que no Japão um restaurante tem funcionários que trabalham e tem diagnósticos de Doença de Alzheimer no atendimento aos clientes, que, inclusive, conhecem essa realidade – sabem dessa condição. O que importa para eles, mais do que a organização e sabor dos pratos, o que vale mesmo é vivenciar e participar da experiência humana de socialização e de acreditar no potencial humano das pessoas. Estamos longe disso. Mas vamos avançar na educação social com as pessoas idosas. Já há sinais, nessa direção, em iniciativas existentes no país.

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Eu não tenho dúvida nenhuma em afirmar que nossa cidade precisa se envolver com as condições de vida das pessoas idosas. Não só por uma questão de justiça social, mas também pela necessidade de aumentar a nossa cultura cívica e cidadã no trato público com as pessoas idosas. Para isso acontecer, é fundamental que os aspectos de vida, as aspirações, as demandas da população idosa sejam conhecidas pela cidade e pelo Poder Público. Tarefa que, na minha opinião, deve contar fortemente com as presença das próprias pessoas idosas através de seus mecanismos de representação social. Aqui deixo uma sugestão para a Gestão Pública Municipal, para o Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa, para a Comissão Permanente de Defesa dos Direitos da Pessoas Idosa da Câmara Municipal e para a Câmara Sênior: que a realização do Fórum Municipal da Pessoa Idosa em Juiz de Fora seja regionalizada e territorializada, com a participação de todas as forças vivas comunitárias e de todos os recursos sociais das regiões da cidade.

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Velhices, assim como disse o poeta em relação a Minas Gerais, são muitas.

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