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Da terra seca, flores e frutos vão brotar!

Pitico Fernando Priamo
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Comecei essa semana de um modo diferente. Logo na segunda-feira, fomos ao cinema, assistir “Ainda estou aqui”. Um filme necessário para o conhecimento da nossa história. Passar a limpo o nosso processo de construção de democracia. Saí da sessão com a percepção de que as gerações mais novas precisam assisti-lo para conhecerem como é feito o tempero das nossas relações sociais e políticas. Ou ler o livro do Marcelo Rubens Paiva que tem o mesmo nome.

Falando um pouco, livremente, sobre algumas sensações que esse filme – imperdível – me trouxe. Deixei a sala do cinema, impressionado com a generosidade com que a Fernanda Torres (impagável) entregou à personagem-mãe. Diante de tanto sofrimento causado pelo retorno do marido que não aconteceu, ela vivenciou sua angústia com revolta e santa indignação, com toda verdade, pela ausência dele, sua morte pelo regime. Um outro momento sensacional que ficará para sempre grudado na minha memória é o silêncio gigante, expressivo demais da Fernanda Montenegro na interpretação da personagem em sua fase de vida mais idosa. Mais registros, por favor, caro leitor e leitora, vejam o filme.

Faço essa introdução, trazendo esse filme, porque desejo falar um pouco sobre projeção de futuro, típico para essa época de fim de ano, quando jogamos para frente novas esperanças e novos sonhos. Esse filme me despertou a perspectiva de que, mesmo vivendo em outros tempos, precisamos cada vez mais valorizar as boas relações familiares, a vida em amizade. Lembrei muito do ambiente da minha casa. Sempre tinha gente nela. Lembrei do meu período de adolescente. Do futebol com os vizinhos na rua. Do tempo de faculdade. Ou seja, o filme traz um pouco da minha vivência e a de muita gente. Do desejo de construir uma sociedade mais justa e democrática. Até hoje.

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Como o tempo não para, vamos em frente. Sem conhecer a nossa história não dá. Já praticamente no fim do ano de 2024. Essa é penúltima coluna de 2024. Projeto algo para 2025. Tenho o desejo de reunir em livro algumas dessas colunas que foram lidas por vocês. Como maneira de iluminar memórias e tentar não permitir que o vento do esquecimento (o que é muito difícil) leve para longe de nós, as nossas palavras, visto que elas têm morada no meu coração e na minha alma: é (será) um enorme privilégio poder compartilhá-las com vocês, aí a gente faz um novo livro, juntos.

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Registro aqui, mais uma vez, os meus agradecimentos, prezadas leitoras e leitores, pela participação de vocês, ao longo do ano de 2024, na apreciação dessa coluna. Razão maior desse exercício semanal. Com a presença de vocês, procurei escrever um pouco sobre o nosso processo de envelhecimento na intenção de sensibilizar a cidade para o seu necessário envolvimento público e solidário com as questões que dizem respeito à construção de melhorias das condições de vida das pessoas idosas da nossa cidade.

Além de ser tempo de Botafogo. É tempo também de te desejar um feliz Natal. A água que passou nunca voltará, mas a que virá, em seguida, trará novas possibilidades. É isso mesmo. Da terra seca novas flores e novos frutos vão brotar. Semana que vem teremos a última coluna do ano. Até lá.

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