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Mercado da longevidade

Pitico Fernando Priamo
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A Tribuna, em menos de um mês, trouxe algumas excelentes reportagens sobre a realidade do envelhecimento da nossa população, com dados oficiais e comentários de especialistas. Como é o caso desse “Pitico” colunista, que, desde 2019, a convite da direção do jornal, semanalmente, deixa o seu recado para a cidade, dizendo a ela sobre o seu envelhecimento e o quanto ela precisa criar respostas em políticas urbanas para as necessidades e interesses das pessoas já idosas e para tantas outras, como eu, que estamos a caminho da vivência dessa fase da vida. Desejo dizer a vocês, prezados leitores e leitoras, testemunho/as dessas escritas, que me considero um náufrago, ao lado de outros sobreviventes, que, de tanto atirar garrafas ao mar, constato – ou melhor, constatamos – pela mídia nacional e local que agora é oficial, os números não mentem: estamos envelhecendo!

Quando eu li os resultados dos números da demografia nacional e a de Juiz de Fora, pensei comigo: puxa vida!, há tempos que cantamos essa pedra. Devo dizer também a vocês que fiquei rejuvenescido com essas novidades, ao perceber que minhas leituras não estavam equivocadas e que estou no caminho certo de continuar a luta, jamais sozinho, na educação de nossa cidade para o preparo organizado de seu planejamento público para acolher as diversas demandas das pessoas idosas demonstradas pelo Censo, que são aproximadamente 110 mil com a idade de 60 anos e mais.

O etarismo é forte. Ainda persiste a cultura da indiferença: poucos ouvem ou muitos fingem não ouvir, indiferentes que são ao aumento de nossa expectativa de vida. Indiferentes principalmente às mudanças que precisam ser feitas para receber com dignidade e cidadania esses novos idosos. Mas agora tá valendo. Só um comentário. É contraditório perceber o quanto que há de falta de reação pública e política da coletividade diante desse tão sonhado desejo da humanidade, que é o de viver mais. Estamos vivendo mais e ninguém comemora, ninguém vai pra rua. Esticamos a nossa longevidade, mas morrer, vamos todos nós – embora alguns cientistas contratados pela e da Inteligência Artificial, ocupados com seus estudos mirabolantes, planejem e já estejam faturando alto com seus receituários que almejam cessar o avanço da idade.

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Se é certo mesmo que estamos envelhecendo e essa questão já é de domínio público, temos então novas configurações sociais, familiares econômicas e políticas. Não só para o campo da organização pública da cidade, mas também para todas as necessidades de consumo das pessoas idosas. Mais do que no setor público, o mercado está em movimento. Aqui vale trazer a matéria de capa da edição da Tribuna, do domingo passado: “Instituições para idosos triplicam em JF”. O mercado da longevidade está em plena expansão social e financeira em suas diferentes facetas e ofertas de serviços para os consumidores seniores. Estamos diante de um novo nicho mercadológico: a economia prateada.

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