Publicamente, falamos muito pouco sobre esse assunto – saúde mental – em suas diversas faces nas diversas idades que temos. Por isso, vejo com bons olhos as campanhas educativas sobre temas de saúde, como esse, tão bem-vindo, setembro amarelo, que atua na prevenção ao suicídio com o tema “se precisar, peça ajuda”. E falar publicamente sobre saúde mental significa afirmar que as instituições de ensino superior, a rede de educação pública e particular devem promover eventos, debates, diferentes abordagens e discussões sobre a importância da gente cuidar da nossa saúde mental. Assim como exercitamos nossa saúde física com treinamentos em academias, também devemos proceder em relação ao cuidado, ao treino também com nossa saúde mental.
Precisamos cuidar da nossa saúde do pescoço para cima e não somente dos membros inferiores. Cuidar do que vai e do que se passa no nosso cérebro, acessar a qualidade dos nossos pensamentos, o que mora ou que vem morando na nossa cabeça? O suicídio é um debate muito importante que deve ser abordado (com mais frequência) na geriatria e na gerontologia diante do acelerado processo de envelhecimento que estamos vivendo. E da própria condição social e emocional em que se encontram muitas pessoas idosas: sozinhas, sem um abraço, um aperto de mão ou um beijo.
Realidade, que muitas das vezes, está bem perto de nós: está na nossa casa, é um familiar nosso; vive na nossa cidade e na vizinhança. É necessário promover uma educação para o envelhecimento e trazer à cena pública, assuntos como esse e tantos outros ligados a esse processo da nossa existência. O suicídio é pouco falado nesse campo, mas está mais frequente do que se imagina. Como em outras idades também. Precisamos romper a bolha do esquecimento e da indiferença que dirigimos, culturalmente, de um modo geral, às pessoas idosas.
Acredito firmemente que se mudarmos o olhar da sociedade, de todas as suas instituições, ou melhor, se passarmos a olhar de verdade, com respeito e reconhecimento para as pessoas idosas, muitos casos de depressão e/ou sentimentos negativos, inclusive com registro de suicídios, como o que acontecem, poderiam e podem ser alterados. Acompanhados de uma nova visão profissional que produza conhecimentos científicos sobre a conquista da longevidade e devolva essa produção à sociedade. Antes que eu me esqueça. Dia 21 de setembro é o dia mundial de conscientização sobre a Doença de Alzheimer. Precisamos também falar sobre isso. Fica para uma próxima oportunidade.
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