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Associação de Alzheimer: nova realidade em JF!

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Na história da Geriatria e da Gerontologia em nossa cidade, grandes nomes de profissionais precisam ser reverenciados e reconhecidos. Eles foram os pioneiros no trabalho de atendimento médico e social à população idosa. Nomes que tive a oportunidade de conhecer e de também trabalhar. Outros, não. Sem querer desconsiderar ninguém, faço o exercício de revisar nossa trajetória profissional. Desde o período que comecei minha inserção no trabalho com as pessoas idosas, no final dos anos 1980, a memória alcança os nomes de Dr. Kalil, Dr. Kleber e Zeneida, da ex-LBA (Vânia/Elaine). Do Sesc, Zaine. Professor Sergio Costa. Mais recentemente, professor Sobrinho. Atuando comigo no Pró-Idoso, contei com a participação do Dr.Assuero. Dra. Miriam. Certamente, outros nomes estão presentes nessa caminhada.

Em relação ao trabalho de apoio aos familiares de pessoas idosas com Doença de Alzheimer e outros tipos de demência, a contribuição do Dr. Márcio Borges e toda a sua competente equipe é impagável e inesquecível, pelo tanto que fez para a melhoria da qualidade de vida, não só dos cuidadores, como também dos próprios idosos. E também com o Dr. Márcio, começava um processo de capacitação para todos os envolvidos na qualificação do cuidado às pessoas idosas. Cuidadores informais e formais.

Essa breve retrospectiva, em forma de homenagem aos profissionais, faz sentido na medida em que o nosso trabalho continua. Aprimora. Avança. Outras instituições, outros profissionais chegam no trabalho de atender às pessoas idosas, que constituem um grupo forte e numeroso de mais de 90 mil pessoas. Com a passagem do tempo, novas demandas são apresentadas à cidade. Na sequência histórica do trabalho realizado por vários colegas da área, em breve, a comunidade terá mais um canal de participação social e de ajuda para o cuidado às pessoas idosas mais dependentes e com menos autonomia.

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Estou me referindo à retomada da Abraz – Associação Brasileira de Alzheimer -, com atuação em Juiz de Fora e em região. A proposta desse trabalho é oferecer informações sobre o cuidado dispensado aos idosos com Doença de Alzheimer, com orientação para como se organizar emocionalmente. Estudar sobre a doença. Compreender cientificamente sintomas e tratamento. O estresse do cuidador. Sensações e sentimentos presentes no cotidiano de quem cuida. Recursos sociais disponíveis. Leis municipais de amparo aos familiares. Na realidade, com a instalação da Abraz/JF, teremos uma fonte de ajuda para os familiares e os cuidadores formais. Realidade que vivencio há mais de 10 anos. Cotidianamente. Desde quando levanto para tomar café até quando me recolho para dormir. Em muito boa hora vem a formação dessa organização. Uma lacuna que ficou na cidade, desde a saída do Dr. Márcio Borges, que por motivos profissionais, mudou-se para outra cidade.

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Minha expectativa é a melhor possível. Em duas direções. A primeira, é que trata-se de uma área que precisa mesmo de mais envolvimento dos profissionais da Geriatria e da Gerontologia. A população está envelhecendo muito rápido, o que requer uma participação multiprofissional na composição desse trabalho da Abraz. A outra direção é que pessoalmente vai me ajudar muito no cuidado ao meu familiar. Vou poder desabafar. Chorar. Falar das minhas angústias e tristezas que essa situação apresenta para todos nós. Dividir com os outros cuidadores, minhas sensações e pensamentos, os mais desconexos possíveis provocados pelos sintomas do Alzheimer no nosso familiar. Quem fica sem saber, o que fazer se é que tem alguma coisa para fazer, somos nós. Nossa dinâmica familiar fica toda comprometida. Os horários militarmente são cumpridos à risca. Se a gente não buscar outras estratégias para viver a vida, morreremos antes do tempo. E antes do próprio familiar.

A instalação da Abraz em Juiz de Fora representa um passo seguro na direção de construir um ambiente, uma cidade mais atenta às necessidades de seus cidadãos idosos, e também, na oferta de mais apoio e proteção às famílias que cuidam das pessoas idosas dependentes e sem autonomia de vida. Penso que outras iniciativas da sociedade civil são importantes e necessárias na organização de pleitos e serviços de apoio a outras demandas. Amigos do Parkinson, por exemplo, é uma sugestão. E de outras doenças que, se compartilhadas em seus cuidados, o peso emocional para quem cuida fica bem menor e mais suportável. Seja muito bem-vinda Abraz/JF!

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