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Diversidade e inclusão

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Ser uma pessoa idosa num país como o nosso, que possui uma cultura, uma educação e uma socialização negativas ao envelhecimento não é nada fácil, pela presença de muitos preconceitos, tabus e desinformações sobre o nosso processo de envelhecimento humano. Uma realidade existencial cada vez mais crescente e comum entre nós.

Vivemos numa sociedade preconceituosa e indiferente que invisibiliza as pessoas idosas, negando-lhes o direito à vida. De um modo geral, um número expressivo de pessoas idosas encontram-se excluídas – socialmente, economicamente e politicamente – da dinâmica da vida das cidades, das famílias e das comunidades. É como se, verdadeiramente, elas não existissem. Apenas sobrevivem, e sabe lá Deus como. Ainda mais no quadro atual de crescimento da pobreza em todo o mundo.

O universo da velhice é muito complexo, diverso e plural. É quase um pleonasmo linguístico afirmar que envelhecer no Brasil é empobrecer (à grosso modo). O bolo da riqueza produzido pelos trabalhadores e trabalhadoras ainda não foi totalmente distribuído à nação, e a população brasileira rapidamente envelhece, sem ter a garantia do que vai colocar na mesa para a refeição da família. Seremos em breve, e já estamos lá, um país envelhecido com a marca profunda da pobreza em suas digitais, em todas as suas latitudes e longitudes humanas.

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Aqui cabe toda a sorte de estratégias e manobras diárias para a manutenção de um coração que pulsa e de um espírito que vive de teimoso, por ter fé e acreditar na misericórdia divina. O sobrenatural entorpece o caos nas condições desumanas das mais diferentes e diversas velhices existentes construídas ao longo de nossas vidas. E nessa construção da velhice, todas as formas humanas da existência são atingidas, independente de gênero, cor, renda, entre outras categorias: a velhice atravessa todos os campos da trajetória humana. E a vida é uma só. Se tivéssemos a infância, a adolescência e a maturidade protegidas socialmente, com certeza, teríamos uma velhice cidadã e saudável.

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A linha que une as pontas das etapas do nosso desenvolvimento humano é uma só. Como incluir a velhice na esfera da sociedade? Essa é uma pergunta recorrente aqui nesse espaço semanal com vocês, caros leitores e leitoras. Primeiro, e sempre digo e repito: precisamos falar mais sobre essa etapa da nossa vida. Segundo, pois as pessoas idosas são imprescindíveis para o futuro da nossa cidade e do nosso país, porque podem apontar os atalhos dos caminhos e evitar os perigos das esquinas. Mas a inclusão social das pessoas idosas passa também pela presença pública e política delas no contexto municipal dos canais de participação social existentes, como o Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa, a Comissão Permanente de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa da Câmara Municipal de Juiz de Fora, a Câmara Sênior, os conselhos locais de saúde e outros importantes fóruns de debates públicos de políticas sociais municipais.

O que a cidade pode fazer pelas pessoas idosas? É uma pergunta que não quer calar. Mas é importante perguntar também: o que as pessoas idosas podem fazer pela cidade? Eu sei e reconheço que muito já foi feito pelos idosos, e que a sociedade deve muito a vocês, em muitos sentidos, mas a vida não acabou – há muito ainda por fazer, e vamos precisar de todo mundo. A cidade de Juiz de Fora tem que ser para as pessoas. E para a realização desse sonho, as pessoas (todas) são importantes, e de uma forma ou de outra, elas precisam influir no seu cotidiano. Essa cidade, um dia, ainda vai cumprir seu ideal. Ser para todas e para todos.

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