O título dessa coluna vem de um evento científico que acontece em São Paulo. Achei muito interessante. E por mais que seja repetitivo, porque, de alguma forma, já o abordei em outras colunas, acho necessário falar mais um pouco, escrever mais um pouco sobre a realidade dos cuidados dispensados às pessoas idosas mais dependentes para a gestão de suas vidas, de seu cotidiano e de sua rotina de vida.
Não envelhecemos da mesma forma. Vivemos vários tipos de envelhecimento. O título dessa coluna nos transporta para o envelhecimento de mais fragilidade e que requer, portanto, a presença e a participação de profissionais que cuidam de pessoas idosas. Que podem ser informais, como alguém da própria família, ou formais, profissionais contratados de agências que prestam esse tipo de serviço. Cada vez mais necessários e requisitados. E que devem vir acompanhados de uma excelente formação profissional realizada em escolas e faculdades.
Onde estão essas escolas e essas faculdades? As instituições de ensino, as organizações de educação precisam urgentemente oferecer cursos de capacitação para as pessoas que se habilitam a cuidar de pessoas idosas. Essa ocupação que ainda não tem reconhecimento oficial tem que ser levada a sério e regulamentada o quanto antes. Cresce no dia a dia a procura por esses importantes profissionais. Cuidar de pessoas idosas (de algumas) não pode ser encarado como um bico. Requer qualificação permanente.
No âmbito público da gestão municipal está passando da hora a oferta de oportunidades, através de capacitações continuadas – cursos para o público interessado – na área dos cuidados aos idosos, que se encontram num estado de saúde com um pouco mais de dependência e com limitações provisórias ou permanentes para a gestão de suas atividades de vida diária: locomoção, alimentação, vestuário e higiene pessoal, entre outras atividades corriqueiras do cotidiano: que, para nós, são fáceis, são mecanicamente realizadas, mas, para algumas pessoas idosas, significam ter muita dificuldade e impossibilidade. É o envelhecimento dependente e sem autonomia. Tipo de velhice que assusta muita gente e que traz medo de envelhecer a tantas pessoas.
E é o que está presente no senso comum, nas nossas rodas de conversas. Pesquisas científicas já realizadas apontam que o nosso maior fantasma na vivência do envelhecimento é depender de outras pessoas para tocar a vida. Por isso, eu penso que precisamos começar o quanto antes a ter o cuidado e o planejamento, desde já, para o nosso futuro, um futuro que começa todas as manhãs.