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Envelhecimento e hábitos de vida

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Das muitas reflexões que o trabalho social com as pessoas idosas trouxe e traz de lição para a minha vida, entre tantas outras, sou capaz de identificar a seguinte: tal como a gente vive, assim a gente envelhece. Vou tentar abrir um pouco mais essa afirmação. Para o começo dessa conversa, eu penso que precisamos trazer para dentro de nós, para a nossa trajetória humana, a existência da realidade do nosso envelhecimento. A passagem do tempo em cada um de nós. E também colocar esse assunto na agenda da sociedade. Até porque estamos vivendo mais. Se não somos capazes de interromper o ciclo natural da estação-velhice (ainda bem!), podemos, sim, interferir sobre ela. Como? Fazendo um planejamento para a (minha) vida, de como eu desejo estar daqui a 5 anos, 10 anos e mais em vários aspectos: social, emocional, econômico, político e espiritual.

Sabendo que estamos vivendo mais e que vamos viver cada vez mais, essa conquista da longevidade faz a gente pensar em algo novo, desejar um bom futuro e projetar nossa vida para além dos dias de hoje: como eu quero estar daqui para frente? Aí que entra a re/visão dos nossos hábitos de vida ou novos expedientes no meu cotidiano que eu acredito que possam contribuir para a minha satisfação. O que eu faço me dá prazer? O que, verdadeiramente, é muito importante para mim? Do que eu não abro mão? Como estou vivendo minha vida? São perguntas simples, até bobas, mas que representam a grandeza de uma caminhada com sentido e propósito pela vida afora.

O tempo serve para apurar a gente. Realçar nossos sabores, nossas fragilidades e nossa finitude. O autocuidado faz parte de um bom exercício e de uma boa prática na busca de um envelhecimento ativo e saudável.

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Mais moço, comecei esse trabalho na área da gerontologia, com 27 anos, entusiasmado pelo lado das muitas aprendizagens que tive no início e ao longo de mais de três décadas de convivência profissional. Passado esse tempo, hoje, estou uma pessoa idosa, com os meus 63 anos de idade. E sinto no corpo as transformações que via mais nos outros, nas pessoas idosas com as quais eu tinha relações diárias. Apresento isso porque, nesse momento de vida, estou mais atento à gestão dos hábitos de vida que levo no meu dia-a-dia. Não somente a preocupação com a parte física, daí os treinos semanais, religiosamente, em academia de educação física; mas, também, os cuidados em outras áreas, igualmente importantes para todos nós, como a atenção à saúde mental, financeira e espiritual.

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Há que se ter um cuidado à nossa saúde, para além do entendimento das aulas de ciências que tínhamos no tempo do nosso ginasial, quando o professor ensinava pra nós que o corpo humano é formado por cabeça, tronco e membros. Somos muito mais. E esse cuidado, quanto mais cedo começar, melhor será para o nosso futuro. Reserva de dinheiro, de músculos, de amigos, de conhecimentos e de espiritualidade e literatura podem representar, com certeza, uma boa dica para a gente conquistar um envelhecimento próspero e de qualidade.

Chego a uma conclusão importante de que a rotina faz bem à vida da gente. Na condição de recém-aposentado construo os dias na perspectiva de atender aos quesitos que levantei acima no cumprimento de atividades que envolvam a parte física, financeira, social, emocional e espiritual. O privilégio de estar com mais idade e assim desejar ter mais pela frente me faz sonhar com novos planos e novas possibilidades.

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