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Mais atenção às pessoas idosas na cidade!

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Se, por um lado, tem sido, e é mesmo muito bom, ter o reconhecimento de alguns leitores e leitoras de que essa coluna está chegando bem a eles e elas; por outro, ou o melhor, para o lado de dentro de mim, a angústia cresce. Aumenta a responsabilidade. Escrever é lidar com a dor. O que sai nas linhas do que escrevo passa primeiro pelas batidas do meu coração. Não escrevo por escrever, sem propósitos. Escrevo para me expressar e estabelecer um diálogo com vocês que me leem agora, por exemplo.

Minhas temáticas são recorrentes, e os motivos para a escrita estão no campo das minhas vivências domésticas e familiares, e se dão também através do meu atendimento diário a tantas pessoas idosas. O envelhecimento é muito pouco tratado pelos meios de comunicação social. Sem grandes e pequenas pretensões, o que tenho feito aqui é abrir uma conversa com os leitores e as leitoras sobre essa fase da nossa vida: a velhice. Motivado pelo cotidiano de minha casa e do meu trabalho. É uma busca que faço para obter apoio e solidariedade no cuidado dispensado ao meu ente querido, que vive comigo, e também para oferecer algum tipo de ajuda aos que estão na mesma situação ou algo bem parecido.

Precisamos falar mais sobre o nosso futuro!. Na literatura da minha rotina familiar, sofro numa escala ascendente na aprendizagem de que a vida humana tem um fim. De que somos extremamente frágeis e dependentes dos cuidados de outras pessoas. E de que, como no meu caso, a presença da Doença de Alzheimer, no decorrer de sua instalação, traz várias limitações para a gestão da vida de uma pessoa (hoje) idosa até, então, autônoma e independente. Só que agora, o antes e o depois não se comunicam mais. Aliás, nesse estágio de evolução da doença, não há comunicação como a conhecemos. Para quem está atento, descobre-se que há uma outra forma de se perceber e de ver a vida: é preciso morrer e nascer todos os dias no cuidado às pessoas idosas dependentes e sem autonomia. E a cada dia somar reflexões!

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A angústia no cuidado à pessoa idosa está ligada à solidão e ao silêncio da sociedade sobre quem cuida. A cultura da indiferença que deve ser rompida. A começar na própria família. Nossas famílias não são educadas para essa realidade da vida. De um dia, alguém da família ter que cuidar do pai ou da mãe. É uma matéria que “passa batido” na escola da vida e que necessita ser vista desde a tenra idade. A velhice, como ainda está hoje, não é assumida como uma fase da nossa vida. Ela é como se fosse uma visita que chega na nossa casa, de repente, sem ser convidada.

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A cidade tem que, cada vez mais, abrir espaços de participação social para as pessoas idosas. E avançar na oferta de políticas públicas para esse segmento de mais de 90 mil pessoas que vivem em Juiz de Fora. Não só pela presença cada vez maior delas no nosso meio, mas também para fazer justiça e dar voz a quem tanto fez e pode continuar fazendo pela nossa cidade.

Nosso desafio é fazer da cidade, uma cidade amiga do idoso. Nós estamos indo bem (não podemos parar) se comparados com outras cidades. Temos Conselho Municipal da Pessoa Idosa, o que muitos municípios, principalmente, no nosso estado, não tem. No Parlamento Municipal, contamos com a Câmara Sênior, em que as pessoas idosas têm vez e voz. Temos o Departamento de Saúde do Idoso da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura. Estamos na construção de oferecer curso de pós-graduação em gerontologia para a qualificação de profissionais que vão atuar com pessoas idosas. E também a cidade já tem regularmente à disposição curso para cuidadores de idosos. Há ainda um Núcleo de Atendimento aos Idosos da Polícia Civil.

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Estamos avançando na configuração de programas, ações e serviços destinados ao público idoso da cidade. Se desejamos ser uma cidade de vanguarda, por mais que possa parecer um paradoxo, se faz necessário, cada vez mais investir na população idosa da cidade. Além de já ser e ainda será, uma cidade de muita gente idosa, mede-se o grau de cultura de uma cidade pela política de atenção dispensada às pessoas idosas. Vamos em frente!

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