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Pode ser diferente!

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Apesar de o Brasil, assim como outros países, na esfera mundial, apresentar, hoje, no século XXI, muitas mudanças, sendo uma delas a presença cada vez maior de pessoas idosas no seu cotidiano, a atenção pública em todos os níveis da Federação a esse importante segmento do nosso país historicamente é negligenciada pelos vários governantes públicos. Não temos uma cultura política de envolvimento dos nossos dirigentes políticos com as necessidades e melhorias das condições de vida das pessoas que como eu, como você, caro leitor e leitora, envelhecem. Só para se ter uma ideia e esquentar a nossa reflexão, dados mais recentes dão conta de que em nossa cidade, querida Juiz de Fora, contamos, aproximadamente, com 120 mil pessoas com 60 e mais, num contexto geral de quase 600 mil pessoas. Sem dúvida, somos uma cidade com gente envelhecida. E vai aumentar, com certeza.

Só um pequeno parênteses aqui. Li esses dias que em alguns dos principais países asiáticos ocorre já uma acelerada contagem para a diminuição da taxa de fertilidade. Ou seja, nas minhas rasas palavras, estamos falando da diminuição do número de filhos por mulher (taxa de fertilidade). Ou ainda, estamos falando do declínio da população em países como a China e de seus vizinhos gigantes populacionais. O que isso significa? Significa, em termos bem simples, que vai faltar gente para trabalhar, produzir riqueza, a população economicamente ativa vai aposentar. O que certamente está acontecendo. Isso tudo impacta os cofres da Previdência Social. É o que os franceses estão nas ruas exigindo do Governo, um novo limite etário para sua aposentadoria. E é o que acontece aqui no Brasil também. Em resumo, bem básico: quem vai pagar a conta do nosso envelhecimento? Pergunta-se, também: vai ter dinheiro para o pagamento de toda essa gente que vai aposentar e/ou que já está no processo de aposentadoria?

Estudiosos e especialistas nessa matéria apontam que momentos como esse da transição demográfica podem representar uma oportunidade para os dirigentes públicos pensarem no futuro, começando agora, e investirem nas novas gerações. Isso envolve, o quanto antes, a criação e o estabelecimento de uma nova cultura para a educação do envelhecimento populacional nos estados e municípios através de políticas públicas, programas e ações que retirem a velhice da agenda esquecida, que nunca ou quase nunca tem representação política, apesar de sermos um país que caminha a passos largos para o ranking das nações envelhecidas. As pessoas centenárias estão nomeio de nós. Já nasceram. Alimento a firme e teimosa esperança, e sei que não estou sozinho nessa crença, de que um novo futuro pode ser feito. O tratamento público de respeito e atenção que nunca foi dado – ou bem perto disso – a todos nós que envelhecemos pode ser diferente.

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No campo nacional da nossa República, tenho uma expectativa muito boa de que o novo gestor da Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, o professor doutor Alexandre da Silva, vai realizar um belo trabalho nessa secretaria. Seu currículo me diz isso. Seu engajamento intelectual, grande pesquisador que é, e militância me renovam o entusiasmo de que vamos avançar no acolhimento e respostas às demandas das pessoas idosas no país. E que através de Brasília essas ações possam alcançar e alcancem os municípios brasileiros, e de um modo particular e especial, a nossa cidade, que segue a cartilha dos direitos humanos do Governo federal, guardadas as suas especificidades. Vai dar certo.

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