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Desafios para frear o idadismo

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Vou começar escrevendo essa coluna falando para vocês, caros leitores e leitoras, o que significa a palavra idadismo. Sem querer parecer pedante, mas trata-se de mais um estereótipo, preconceito e discriminação que temos na sociedade, além do da cor, do sexo e de outras identidades. Esse daqui refere-se à idade das pessoas. Somos menos por mais idade que a gente conquista. Trocando em miúdos, é isso.

Eu posso falar também de etarismo e ageísmo. É a mesma coisa, o mesmo sentido. O termo etarismo está mais em voga. Fala-se mais. Para mim, idadismo é mais direto no que se trata: mais velho, menos valor. É o que está colocado nessa nossa educação social. Me faz lembrar aqui de que, quando criança, quando deixava um pouco de comida no prato do almoço, minha mãe me reprimia da seguinte forma, e me punha medo falando assim: “tem que comer tudo, se não comer, a velha do saco vem e vai te pegar”. Que imagem eu poderia fazer dessa “velha do saco”, senão, sendo uma senhora, feia e horrorosa, que vai me bater? Um pouco parecido com essa mesma imagem vem também a ideia de Deus. Um senhor barbudo, mal humorado, de cara fechada, que me vigia o tempo todo. Como nossa educação foi (ou ainda é ?), baseada na imposição de medo, castigo e culpa. Essas imagens entraram para o imaginário infantil. Eu cresci com elas. Portanto, é preciso desconstruí-las e construir uma outra sociabilidade em relação ao nosso processo de envelhecimento.

A pergunta é: como romper com esse idadismo? Penso que, em primeiro lugar, é reconhecer que o preconceito existe, a discriminação está presente no nosso cotidiano. Depois, é acompanhar a mudança no perfil etário do mundo. O mundo está envelhecido. A longevidade está ao nosso alcance, estamos vivendo mais e vamos viver mais. Então, essa revolução da longevidade implica em mudanças em todas as áreas de nossa convivência social, em todas as nossas estruturas sociais. Não adianta só constar que temos documentos oficiais de proteção às pessoas idosas, como a Política Nacional da Pessoa Idosa e o Estatuto, se não são apropriados pela sociedade e nem pelas pessoas idosas. Letras mortas.

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No que se refere à educação, que é por onde, eu penso, que podemos enfrentar o idadismo, faz-se necessário adotar uma outra estratégia de ensino, uma outra metodologia que apresente conteúdos voltados ao envelhecimento e assuntos próprios da geriatria e da gerontologia, até mesmo por conta do acelerado processo de mudança da nossa composição etária na sociedade brasileira, no nossos país. Você sabia que temos em JF mais de 100 mil pessoas com a idade de 60 anos e mais? Como a cidade relaciona-se com esses importantes cidadãos e cidadãs?

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Uma outra resposta para o enfrentamento da existência do idadismo entre nós, cabe às próprias pessoas idosas apresentarem: organização cidadã! Participação na vida política da cidade. Você sabia que temos na cidade o Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa? Que temos na Câmara Municipal a Comissão Permanente de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa? Que temos a Câmara Sênior? Olha só o quantos espaços temos para a sua participação, pessoa idosa. E ela é muito importante para frear o idadismo, como sugere o título da coluna de hoje.

Uma outra resposta que entendo que pode ser dada é ficar de olho na campanha eleitoral que se avizinha. Que propostas políticas serão apresentadas pelos candidatos e candidatas presentes às próximas eleições municipais – prefeito(a) e vereador(a) – para as melhorias nas condições de vida das pessoas idosas, se forem eleitos e eleitas?

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