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Desejo de mudança não combina com apatia

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No próximo domingo, dia 29 de novembro, temos um compromisso importante. Vamos escolher quem vai governar a nossa cidade pelos próximos quatro anos. Resolvi abordar esse tema na coluna de hoje porque tenho ouvido muitas pessoas defendendo a anulação do voto. O motivo para a invalidação seria a insatisfação com a política e com os políticos.

É verdade que o Brasil coleciona uma série de escândalos na cena política e que a polarização das eleições de 2018 plantou muito ódio no coração dos brasileiros. Estamos divididos, e ainda não conseguimos nos juntar! O que mais se ouve por aí como motivo para que o voto seja anulado é a questão de “não se sentir representado ou representada”. Essa, inclusive, é a razão que muitos especialistas apontaram para explicar o grande número de abstenção e votos nulos e brancos no primeiro turno.

Recapitulando, no último 15 de novembro, os votos nulos e brancos, juntamente com os ausentes, somaram 30,6% do total de eleitores aptos a votar em todo Brasil. Isso significa que 45 milhões de brasileiros não escolheram seus candidatos. Nas últimas eleições municipais, em 2016, esta taxa era de 27,8%.

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Quando olhamos apenas para as abstenções, o número daqueles que não compareceram às urnas no primeiro turno foi o mais alto no país nos últimos 20 anos. Foram registrados 23,15% de abstenções, frente a 17,5% na disputa passada. Em Juiz de Fora, 113.983 eleitores aptos não compareceram às urnas neste ano, ou seja, 27,77% do universo de 410.339 votantes. No que diz respeito aos votos brancos (12.532) e nulos (24.103), eles atingiram 12,36% na eleição para prefeito e, se somados ao total de abstenções, o percentual sobe para 40%. Já na eleição para vereadores, os brancos (16.009) e nulos (20.984) totalizaram 12,48%.

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Além da questão da insatisfação, especialistas também destacaram a pandemia como causa desses índices, visto que parte do eleitorado teve medo de ir às urnas, assim como a crise econômica agravada pela Covid-19, uma vez que dificuldades financeiras impediram o deslocamento de uma cidade para outra.

O que mais gostaria de deixar registrado com este texto é que o voto é importante, e que política, como muitos ainda não entendem, é tudo que está à nossa volta: a qualidade do meio de transporte que usamos, a manutenção do asfalto da nossa rua, a água que chega à nossa torneira, os leitos de hospitais que temos à disposição, as vagas de emprego, o alimento sobre nossa mesa. Enfim, tudo! Por mais que uma parcela da opinião pública esteja desconfiada do potencial da democracia em resolver nossas mazelas, é preciso votar!

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Para quem tem dúvidas, ainda dá tempo de avaliar e escolher. Então se pergunte: o que eu e as pessoas ao meu redor querem? O que eu acredito e o que eu acredito que elas precisam? O candidato que eu vou escolher tem projeto que toca nessas nossas demandas? Como é esse projeto? É melhor do que aquele que temos hoje? Vai resultar em avanços? Esses questionamentos servem de base para começar uma boa definição, junto com uma pesquisa em fontes confiáveis sobre os atos políticos do possível candidato.

É preciso, ainda, sempre tomar cuidado com as fake news, já que elas têm grande potencial de roubar nosso poder de escolha, ludibriando quem não busca a verdade dos fatos. Quero terminar essa reflexão lembrando que é pior para o nosso desejo de mudança manter a apatia eleitoral e que nossa participação é a melhor arma a favor de uma sociedade melhor e mais justa!

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